domingo, março 25

M&M´s

Deu um bode na minha máquina e faz tempo que eu não estava conseguindo postar. Mas o que eu queria dizer é que tive uma grata surpresa no último filme de Woody Allen: em vez de bossanova, que é o que os gringos botam como música de fundo quando querem dizer que uma festa é chique, ele botou "Dengoso", de Ernesto Nazareth, na festa granfa da casa idem de Wolverine Eastwood. Gente finíssima é outra coisa.

Não sei se é a estréia de Robert deNiro como diretor, mas deve ser. Não se saiu mal em "O Bom Pastor", embora um filme desse porte merecesse uma trilha sonora com mais presença de cena, pra dizer o mínimo. Um pianinho tilintando melancolicamente durante três horas de projeção não o faz ser o "Godfather" dos filmes de espionagem.

Matt Demon é bom ator, mas esse papel pedia um sujeito com a cara mais machucada pela vida. Um Willen Dafoe, digamos. Ele poderia reeditar o agente do FBI de "Mississipi Burning", carregando nas tintas do amargor. Nos flash-backs, porém, a tecnologia digital ia ter que fazer maravilhas pra rejuvenescê-lo.

domingo, março 18

DIRTY LOGAN

Alguém poderia me informar se Hugh Jackman é filho de Clint Eastwood? Porque tá igual. Em Scoop, o novo filme de Woody Allen (uma comédia na linha vovô-Woody-quer-brincar, como o foi Escorpião de Jade, só que mais fraquinha), eis que vi surgir na minha frente o Dirty Harry dos anos setenta. Sósia. Se alguém for filmar a vida de Clint, eis a dica. Só não sabia que Hugh era inglês, no Wolverine não deu pra notar.
Woody Allen agora cismou de vez com Londres. Só quer filmar lá.

terça-feira, março 13

GRÃOS DE PIPOCA

1- Daqui a 50 anos, quando Spielberg estiver morto e finalmente for alçado à condição de gênio, e os franceses disserem que "Jaws" é uma obra-prima comparável a "Psycho" de Hitchcock, lembrem-se que vocês leram primeiro aqui. Só ganhou três Oscars, melhor som, melhor edição e, claro, melhor trilha sonora original. Tinha até graça John Willians perder para alguém, quem quer que fosse, com aquela partitura. Nem se fosse pra Bernard Hermann com a trilha de Psicose, e na cena do chuveiro.


2-A cena que ficou gravada na minha memória para sempre, desde a infância, como a cena mais erótica que eu já vi no cinema, foi no filme "The Pink Panther Strikes Again", com Peter Sellers e Lesley-Ann Down. Só hoje vim saber o nome da atriz, porque revi o filme em dvd, mas a cena dela deitando com Clouseau no banheiro só de casaco de vison me hipnotizou por décadas. Não dura mais que um minuto, só aparece muito rapidamente o joelho dela, mas puta que o pariu.


3-Jaws" (Tubarão) é de 1975; "The Pink Panther Strikes Again" (A Nova Transa da Pantera-Cor-de Rosa) é de 1976. Revi em dvd o primeiro no domingo e o segundo hoje, segunda. Por coincidência, os créditos em desenho animado da "Pink Panther", que na abertura prestam uma homenagem aos clássicos do cinema, como "The Sound of Music" e "Singing in The Rain", nos créditos finais se rendem ao impacto de "Jaws" nas telas.

quinta-feira, março 8

MURO BAIXO

Mais uma pretensão provinciana. Tá rolando um e-mail por aí, e chegou pra mim também, protestando contra a nova novela das oito da Globo (como quem escreveu foi uma mulher, o protesto consistia em boicotar apenas o primeiro capítulo da novela, e não a novela inteira) porque as cenas paradisíacas e tropicais do hotel, que na trama fica no litoral da Bahia, na verdade foram gravadas em Muro Alto, litoral sul de Pernambuco. Segundo a autora, é um desrespeito a Pernambuco e ao Nordeste (ela ironiza dizendo que os baianos não se consideram nordestinos) e que estão roubando (sic) nossas belezas naturais.


Como assim? Não entendi. Sinto muito, mas desta vez a Rede Globo de Televisão está coberta de razão. Não se trata de um documentário sobre o litoral do Nordeste, mas de uma obra de teledramaturgia de ficção. A coisa mais comum do mundo em cinema de ficção é rodar as cenas em um local fingindo que é outro. Assim, um filme cujo enredo se desenrola no Egito é rodado num deserto qualquer da Califórnia, uma batalha nas selvas do Vietnam é filmada nas florestas das Filipinas e uma nevasca na Sibéria pode perfeitamente ser filmada no Alaska. O filme Amadeus, que se passa em Viena, foi todinho rodado em Praga, porque lá ainda havia bairros inteiros em que se podia girar a câmera 360 graus e não se ver nada do Século XX. Não tomei conhecimento de vienenses protestando contra o roubo das suas belezas arquitetônicas.


Era só o que faltava. Como se a Globo fosse alguma agência promotora de turismo em geral e do turismo pernambucano em particular. Estamos pouco a pouco nos habituando com esse marketing subliminar, como se fizesse parte da rotina da vida e fosse a coisa mais normal do mundo. Alguns anos atrás Tasso Jereissati pagou a uma escola de samba do Rio pra ter o Ceará como tema e supostamente promover o turismo do estado, e não teve o menor pudor de esconder isso, mas divulgou aos quatro ventos, como se fosse uma grande sacada, quando na verdade foi prostituição pura e simples. Se a moda pega, o desfile vira um balcão de negócios, se é que não já virou.


A pernambucana autora desses e-mails deveria ter protestado algumas novelas atrás, quando a Globo, num surto inacreditável de baixeza jornalística, veiculou uma série de reportagens no Jornal Nacional sobre brasileiros ilegais nos Estados Unidos, como se fosse um assunto urgentíssimo e uma novidade alarmante, só pra promover uma novela que ia ser lançada com esse mesmo tema. Protestar como pernambucana, como cidadã brasileira e como ser humano. Aí sim, deveria se boicotar não só a novela inteira, mas também os noticiários e a emissora como um todo.

terça-feira, março 6

EINE KLEINE NACHTMUSIK

Eu tinha planejado ir direto pra casa depois do jornal, mas Marisa me liga pra ir ver Má Companhia no Burburinho. Nunca mais eu tinha ido, desde bem antes do Carnaval, resolvi ir. Chegando lá encontro Leo já bêbado com os Lucas da Saurius, que agora virou Saurios com o. Numerologias da irmã de Leo. Marisa vem ao meu encontro e vamos pra mesa conversar e tomar cerveja. Bar semi-lotado, como todas as segundas, e o volume no talo, como em todas as segundas. Mais na frente, a uns quatro metros de mim, uma bela loura bêbada de blusa e calça jeans dançava na frente do palco. Depois cansou e foi sentar e caiu pra trás com cadeira e tudo. Corri pra ajudar e ela me deu uma tapa, acho que pensou que fui eu quem a empurrou cadeira abaixo. Ajudei assim mesmo e consegui que ela se levantasse meio cambaleante. Depois ela foi pra junto do palco e ficou apertando todos os pedais de Morcegão, mudando o som da guitarra a cada segundo. Depois ficou puxando a calça de Morcegão. Depois ficou sentada com o ouvido colado na caixa de som, que deve ter detonado boa parte da audição dela para sempre. Depois abraçou-se com a caixa de som e quase derruba, os garçons tiveram que intervir. Depois sentiu vontade de fazer xixi, tirou a calça jeans, tirou a calcinha, agachou-se e fez xixi ali mesmo, entre a primeira mesa e a caixa de som, sob o nosso olhar incrédulo. Depois começou a dançar cambaleante de novo, aí veio um amigo e levou ela embora. Soubemos através de um outro amigo dela, que estava se escondendo pra que ela não o reconhecesse, que ela conseguiu uma vez ser expulsa do Garagem.


Aí fui dançar lá na frente com Marisa, e me chamam pra dar canja de Creedence, dessa vez foi "I Heard Through The Grapevine" (mas depois rolou Susie Q como saideira, claro), e quando volto meu celular, que tinha deixado em cima da mesa, tinha sumido. Carioca, o batera da Má Companhia, liga pro número e estava desligado. Portanto ninguém tinha guardado pra me entregar depois, foi furto mesmo. Lá se foram todos os números dos meus amigos arduamente garimpados.


Foi todo mundo embora e eu fui lanchar na Select da Conde da Boa Vista. Chegando lá perguntei ao segurança qual era a delegacia que estaria aberta mais perto pra eu prestar queixa pra poder cancelar o número. Ele respondeu que era a de Santo Amaro, mas eu deveria cancelar antes de prestar queixa, pro ladrão não ficar ligando pro raio que o parta. Um sujeito de longas barbas e longos cabelos , de bermudas e sandálias havaianas, que sempre está por lá conversando com os funcionários, e que eu jurava que era débil mental, me disse que poderia fazer melhor. Foi lá fora e chamou o encarregado de bloquear linhas da Claro, que por acaso estava tomando cerveja lá fora. O cara veio, ligou pro amigo dele que estava de plantão e bloqueou na mesma hora. E disse que eu não precisava ir na delegacia pessoalmente, podia acessar a Delegacia Virtual que a Claro aceita. Fiquei de ligar pra ele hoje pra ele me dar as coordenadas do restante do processo pra pegar um aparelho novo.

segunda-feira, março 5

EU SOU, TU ÉS, ELE É

Eu não sou baiano, mas tenho muita preguiça de "defender o Nordeste" contra preconceitos. Aliás, ando muito preguiçoso de defender qualquer coisa de qualquer preconceito. Por mais que queira, eu não consigo tomar a coisa de modo pessoal. Ontem li no Blog de Jamildo, vide link, um artigo de um jornalista paranaense que, de repente, resolveu publicar um artigo no jornal "Estado do Paraná" fazendo uma análise meio escalafobética do planeta nordestino, desfiando um rosário de clichês e creio eu obrando alguns argumentos de própria lavra, para explicar tintim por tintim porque é que os nordestinos são assim ou assado.

É, planeta mesmo, porque, entre muitas outras descobertas, ele afirma que o Nordeste é um mundo à parte. E o artigo foi publicado no dia 11 de fevereiro de 2007, esse corrente ano em que estamos navegando, no qual até a China está tão integrada ao mundo que dia desses deu um abalo na bolsa de valores do planeta Terra. Deixemos a cada um o julgamento de quanto há de absoluto e de relativo no artigo, mas o fato é que todos nós somos preconceituosos. Faz parte da condição humana. Nós temos essa necessidade básica de agrupar, alinhar e explicar as coisas ao nosso redor. Nos faz sentir mais confortáveis e menos perdidos e inseguros no Universo.

Não estou dizendo que não se deve lutar contra os preconceitos, só estou dizendo que eu tenho preguiça. Porque o preconceituoso geralmente precisa do seu preconceito para poder continuar funcionando. Os preconceitos fazem parte da construção do ego de cada um. E nascem a toda hora e em qualquer lugar, como grama por entre as brechas do asfalto.

Ainda outro dia eu fui preconceituoso com Mardoux, porque teve um tiroteio no Botafogo, bairro em que ela mora no Rio, e eu perguntei se ela tinha sobrevivido. Ela disse que, à parte um congestionamento nas imediações, quase nem tomou conhecimento do fato, a não ser depois pelo inevitável estardalhaço da mídia televisiva. Creio que já contei aqui a minha mancada sendo preconceituoso contra os vietnamitas quando estava nos States. Nesse último post eu também fui preconceituso com os sulistas americanos, que, em relação aos nortistas, são os nordestinos dos Estados Unidos.

Os ingleses são preconceituosos com os Estados Unidos como um todo, os americanos são preconceituosos com o Brasil, os sudestinos com os nordestinos, os pernambucanos com os paraibanos, os recifenses com os caruaruenses, os caruaruenses com os gravataenses, os gravataenses com os chãdealegrienses, os franceses esnobam a todos, e por aí vai. Onde houver poder em jogo, vai haver preconceito do poderoso contra o fraco e do fraco contra o poderoso.

Isso no plano geral, no plano individual nós alimentamos uma miríade de preconceitos que nos ajudam a definir quem somos. Por exemplo, eu não namoraria uma donzela que fosse fã incondicional de carterinha e crachá da Banda Eva. Sinto muito, é que não dá. Dia de show ela ia ter que ir sozinha, aí a relação ia terminar se deteriorando. Esse é um exemplo de preconceito espiritual, vamos aos físicos. Sou muito mais tolerante nessa área, mas teria uma certa dificuldade, digamos, em beijar com paixão uma linda moça sem os dentes da frente. Ou que usasse dentadura: e se a eu engolisse no calor do beijo e morresse engasgado?!?
Tirante isso, e talvez uma monumental obesidade mórbida ou uma gravíssima anorexia esquelética, mijou sentado, num foi sapo, tou comendo.

E voltando ao plano geral, talvez os leitores paranaenses do tal jornalista se sintam confortáveis em saber que são superiores a alguém nesse país, uma vez que certamente devem se sentir um pouco inferiores aos paulistas, que moram num estado mais rico e mais próspero. Os paulistas, por sua vez no topo da cadeia alimentar, mandam as suas crianças para o colégio no São João vestidas de cowboys e no Carnaval promovem um Mardi Gras de New Orleans, com bandinha de jazz tradicional e tudo.

Toda essa arenga me lembra o cartum do cara que leva um esporro do patrão, chega em casa briga com a mulher, a mulher dá um cascudo no filho mais velho, o filho mais velho bate no mais novo, o mais novo bate na irmã caçula e a irmã caçula chuta o cachorro e o cachorro morde o gato.
Portanto, na minha humilde porém sincera opinião, isso de querer acabar com os preconceitos regionais é como querer pegar o vento com a mão. Na maior parte das vezes, trata-se de politicagem hipócrita para inglês ver, delírios transcendentais coletivos ou de mero provincianismo mesmo.

sexta-feira, março 2

OS ANJOS TAMBÉM VESTEM PRADA

Devido ao grande número de cartas de leitoras furiosas, volto ao tema do penúltimo post, aquele que eu escrevi para mera prestação de contas, como um carteiro que leva uma carta ao correio, mas que de alguma forma tocou em feridas não curadas e nervos expostos da muierada. Foi surpresa, se eu soubesse teria feito isso mais vezes.
Mas de qualquer forma, please don't let me be misunderstood.

quando eu disse:

"Porque elas passaram horas se produzindo, e querem fazer uma entrada triunfal, movendo olhares e parando conversas. Chegar primeiro é coisa pra mulher feia, sem graça, sem charme, sem futuro, fora do mercado, totalmente desesperançada do amor e da vida."

eu quis dizer:

"Porque elas passaram horas se produzindo, e querem fazer uma entrada triunfal, movendo olhares e parando conversas. Certamente elas pensam que chegar primeiro é coisa pra mulher feia, sem graça, sem charme, sem futuro, fora do mercado, totalmente desesperançada do amor e da vida."

pelo simples fato de que eu estava puto porque a festa demorou demais pra começar, e eram cinco bandas! A mulher que chegasse na hora marcada nesse dia, pra mim, ela seria linda, cheia de graça, charmosa, com um futuro brilhante, dentro do meu mercado e com todas as esperanças de ser amada pro mim pelo resto da vida. Valha-me Deus, é preciso explicar tudo!!!

Por algum motivo obscuro essas pseudocarapuças serviram em todas, sem exceção. Nóia ampla, geral e irrestrita. Impossível entrar na alma de cada uma, mas calculo que exista aí um excesso de instinto de preservação da espécie, se, darwinisticamente falando, notarmos que a finalidade do acasalamento é, afinal de contas, a procriação.
Por outro lado, não darwinisticamente falando, talvez um exagerado temor precoce de crepúsculo das deusas, pois as mulheres já nascem com a sagrada missão de serem seres angelicais por toda a vida, como demonstra a historinha a seguir:


No carnaval desse ano íamos eu, minha sobrinha, o namorado dela, a mãe dele e a minha mãe andando pro Marco Zero, no final da tarde. Indo na mesma direção, uma família com várias tias e avós e primos e pais e mães, e no meio da pirralhada uma menininha de no máximo uns cinco anos, vestida de havaiana. Uma hora lá a mãe dela quis tirar uma foto e ela se recusou a posar porque o cabelo estava desarrumado. Se virou e não posou. E a mãe não tirou. Cabelo desarrumado? Era carnaval!
Um cotôco de gente, que no ano passado deveria estar ainda balbuciando palavras de chupeta na boca. Todos nós rimos muito com a petulância da pirralha, mas só eu e o namorado da minha sobrinha ficamos perplexos. A muierada de ambos os grupos achou mais ou menos natural, certamente fizeram ou fariam o mesmo, até se fossem daquela idade.


Mas, para não ser mal compreendido de novo, deixa eu esclarecer aqui que não estou reclamando nem me queixando da vaidade das mulheres, exceto talvez quando tenho cinco bandas pra jogar num palco. Deus me livre e guarde de uma mulher que não seja vaidosa, essa sim é que deve ter um problema realmente muito grave no juízo. Mulher tem mais é que ser vaidosa mesmo, arrumadinha, cheirosinha, manicuradinha, penteadinha, etceterazinha. De malamanhado já basta a macharia. E não pensem vocês que nós não gostamos ou não notamos quando vocês estão bem vestidas. Nós podemos não saber exatamente de todos os detalhes do como e do porquê vocês estão bem vestidas, mas de alguma forma esse bom gosto consegue perfurar nossos duros crânios e nos dá um imenso prazer estético.

Pude notar isso muito claramente quando eu estava nos Estados Unidos no início da década de 80. Se as americanas se vestem brega hoje em dia, imagine no início da década de 80. Deprimente, uma coisa ruim, um mal-estar, alguma coisa fora da ordem, findou que simplesmente não consegui me apaixonar por ninguém. E era em Nova York, hein? Tremo em pensar o que trajavam no Texas.
Aqui no Brasil ainda rolava em plena esfervercência a moda "Dancin'Days", e, chegando de volta, eu agarrei pra namorar, com grande alívio, a primeira menina que vi vestida com meias coloridas e cintilantes.

quinta-feira, março 1

FITA DE MOEBIUS

Caiu no meu colo, como geralemente acontece quando o assunto é quadrinhos, um convite duplo pra ir ver a pré-estréia do Ghost Rider, Motoqueiro Fantasma para os íntimos.
Motoqueiro... francamente!
Motoqueiro já é um nome meio ridículo, e pra completar, no início do filme tem um ghost-rider (que, na minha opinião a tradução mais próxima seria andarilho-fantasma) que está andarilhando de cavalo no Velho Oeste, e a nossa querida tradutora Mônica Percegueiro do Amaral tacou sem a menor cerimônia nas legendas que ele também era um motoqueiro-fantasma. Esperei gargalhadas da platéia, mas nem isso, o povo sacou a burrice e bocejou solenemente.

Dizem que Nicholas Cage aceitou o papel-título porque é super-fã do super-herói, chegando a ostentar uma tatuagem do dito cujo, a qual teve que ser camuflada. Das duas uma: ou ele tava sem grana e inventou essa lorota pra justificar o vexame de fazer um filme desse nível, ou ele realmente justifica as minhas suspeitas que, como a esmagadora maioria dos atores e atrizes, is not very bright.
O filme é totalmente dispensável, com defeitos especiais pra lá de manjados, um zero à esquerda, apesar de ser baseado em quadrinhos da Marvel, que geralmente produz roteiros razoáveis para o cinema-pipoca. Mas esse tal de Ghost Rider era Marvel Terceira Divisão.


Primeira divisão, quando eu era leitor assíduo e voraz, era Homem-Aranha, Hulk, Homem-de-Ferro, Capitão América e Thor. Desses já fizeram filmes do Aranha, de Hulk e do Capitão América. Vem aí em 2008 um do Homem-de-Ferro, com Robert Downey Jr. com Tony Stark , e Gwyneth Paltrow como Pepper. Os do Aranha foram ótimos (o terceiro, que já passa trailer, promete), o de Hulk foi mais ou menos e o do Capitão América uma porcaria. Também pudera, com um nome desses. Eu nunca gostei muito dele não, meu irmão mais velho é que tinha a coleção completa, que foi afanada por um mui amigo mui larápio. Grande trauma quadrinístico de infância dele. O meu foi quando o Duende Verde matou a namorada de Peter Parker, Gwen Stacy. Eu, que também era apaixonado por ela, fiquei seriamente abalado. Foi a primeira vez que perdi um ente querido.


Segunda Divisão, às vezes com acesso à primeira, era Quarteto Fantástico, X-Men, Surfista Prateado, Demolidor e Namor, o Príncipe Submarino. Desses, já filmaram X-Men, Quarteto Fantástico e Demolidor. Os do X-Men foram ótimos, o do Quarteto mais ou menos e o do Demolidor uma porcaria. Vem aí, já agora em 2007, o segundo do Quarteto Fantástico, e parece que o vilão é o Surfista Prateado! Como assim?!?
Título:
"Fantastic Four and the Rise of the Silver Surfer".
Oxe, agora lascou. Essa eu quero ver.