quinta-feira, novembro 30
sábado, novembro 25
INFERNAL AFFAIRS
quinta-feira, novembro 23
BODY AND SOUL
P.S.:Fiz uma charge sobre isso que era uma modelo magérrima segurando um frango assado numa mão e um crânio a la Hamlet na outra, e pensando: -Comer ou não comer, eis a questão.
O editor geral e o chefe de redação já tinham ido embora e o editor da primeira página ficou com receio de causar alguma polêmica e sobrar pra ele, no caso, o lado mais fraco. Me pediu pra dar uma mãozinha pra ele e bolar outra charge, qualquer uma, por exemplo, faz aí uma com o Náutico. Eu fiz. Passaram o dia todo mandando e-mails e ligando pra redação, enchendo o meu saco, do chefe de redação e do editor-geral.
quarta-feira, novembro 22
PADECER NO PARAÍSO
Sua charge de hoje, dia 17/11/06 foi no mínimo de mal gosto com a torcida do náutico, não sei qual clube o sr simpatiza, (provavelmente a "coisa") mas o sr como jornalista deveria ser no mínimo, neutro, imparcial!
Sugiro que no domingo o sr repita a charge, desta vez com o timbú metendo o remo na cabeça do "fantasma" ( já que não poderia publicar uma com o timbú enfiando o remo no cú do mesmo!)
Prezado Miguel,
Gosto de suas charges, mas a de hoje (17/11) não teve a menor graça. Só deve ter feito rir, os torcedores rubros negros, pois, às vésperas de um jogo que pode definir uma vaga do Náutico para serie A, um desenho como este, parece ser mais uma provocação. E, pelo que sei um jornal, como o JC não deve ter como leitores, apenas torcedores do Sport.
Além do mais, pelo que entendo, não há qualquer semelhança entre o jogo de amanhã e a partida de 2005, contra o Gremio:
1) No jogo contra o Grêmio, o adversário era um time de tradição e campeão mundial. Amanhã estará em campo o time do Ituano (que tem média de 300 pessoas por jogo, em seu estádio);
2) O Grêmio precisava do resultado (pelo menos o empate) para se classificar para a primeria divisão, ao contrário do Ituano, que não se classifica nem com a vitória e não tem a mínima chance de cair para terceira divisão;
3) O jogo contra o Grêmio era o último da competição. A última chance. Este, contra o Ituano é apenas decisivo para uma antecipação de classificção do Náutico - pois mesmo perdendo o time pernambucano poderá se classificar, caso o Coritiba e o Paulista não vençam seus jogos - ou mesmo, em caso de derrota, poderá buscar a classificação no jogo seguinte, na mesma situação;
4) O Náutico de 2005 tinha um time muito bom. O de 2006 tem um ótimo elenco;
5) O Náutico de 2006 tem um treinador experiente no banco;
6) Em 2006 o Náutico tem um aproveitamento de 87%, nos jogos, nos Aflitos, enquanto este aproveiramento em 2005 era de 65%.
7) Havia um clima de guerra em 2005, pelo que os torcedores do Grêmio fizeram com a delegação timbu (e até com o Santa Cruz), no jogo do quadrangular, em Porto Alegre. O clima agora é de festa e total otimismo.
8) Em 2005, só tínhamos Kuki para fazer gols. Hoje, o baixinho divide a responsabilidade de balançar as redes adversárias com Netinho e Felipe.
Por isto, lamento que tenha despendido seu dote artístico, num trabalho meramente provocativo à torcida timbu. A admiração que eu tinha pelos seus trabalhos, infelizmente, diante do mau gosto da última obra, perdeu o encanto. A torcida alvirrubra merecia, o mínimo de respeito.
Boa tarde e saudações alvirrubras.
Eu, como jornalista, sou neutro e imparcial. Mas também sou bem-humorado. Já fiz várias charges esse ano satirizando a queda do Santa Cruz para a Segunda Divisão. E, se você como alvirrubro, for na butique da sede do Náutico, verá que está à venda, ou pelo menos esteve durante um bom tempo, uma camisa com uma charge minha ridicularizando a perda do hexa do Sport e enaltecendo o proverbial "Hexa é luxo" do Náutico. Me pediram permissão para reproduzir em camisas e eu dei, inclusive eu mesmo comprei uma numa banca de revistas e costumava usar. Portanto, tratemos futebol como deve ser tratado, como esporte e diversão, e não como religião.
Grande abraço e parabéns pela conquista,
M.
Caro Miguel, obrigado pela atenção e desculpe as palavras despolidas, motivadas por um sentimento de revolta momentâneo.
Entendo que o sr quis fazer humor, e o momento era propício, isto até em parte deve ter ferido os brios dos jogadores, o que em tese seria um handcap a mais para nossa equipe. Só que mexeu muito "na ferida" (ainda não cicatrizada) de uma imensa torcida já por demais sofrida com tantos revezes, justo na véspera de um jogo decisivo! Se fosse de um jornal "de fora" ficaríamos chateados, mas entenderíamos, mas nunca em se tratando de um jornal da terra!
Naquela circunstância, este tipo de humor eu denominaria HUMOR NEGRO! (Tipo aquele em que se disse que a direção do Santa Cruz iria comprar jatos Legacy para ver se os jogadores acertavam o "GOL"...) Mas, tudo bem vivemos num país democrático, com liberdade de imprensa, e o sr tem o poder da caneta (ou seria do lápis?) nas mãos... (Como é dito num comercial de bebidas:) Use com moderação...rs
Ví a charge do dia 18/11/06 e o verdadeiro papel da imprensa de Pernambuco foi restabelecida: Incentivar as equipes locais! Mesmo que em caso de fracasso, depois se "baixe a lenha", como o sr mesmo disse: satirizou a queda do Santa e a perda do hexa do sport, mas se o sr publicasse na véspera do jogo que o sport perderia o hexa, uma charge com a referência, os rubronegros iriam pedir tua cabeça, se bem conheço os bastidores de futebol!
Deixe para nós, simples torcedores, a rivalidade e as alfinetadas! Para a imprensa que lida na área esportiva, tenho certeza da grande importância de ter duas equipes de nosso estado na primeira divisão, pena o Santa Cruz ter caído!
Mesmo assim, sua resposta, denota a preocupação com seus leitores, e mesmo tendo sido "mal criado" pelo motivo alegado anteriormente, fui respeitado e "ouvido", no que aproveito e me desculpo novamente.
Saudações "alvirrubras"! rs!
A única razão pela qual a charge teria graça seria exatamente de a ferida ainda não ter cicatrizado. Se aquele jogo contra o Grêmio não tivesse mais nenhuma importância no inconsciente coletivo dos alvirrubros, a charge seria inócua e vazia. Quanto ao verdadeiro papel da imprensa de Pernambuco, ou de qualquer outro estado, talvez seja incentivar os times locais, no que há controvérsia, mas não se deve confundir a coluna de charge com o corpo editorial do de um jornal. Um jornal comunica fatos de modo objetivo e impessoal, o chargista se baseia nesses fatos para fazer humor, seja ele humor negro ou branco. Eu não posso, não devo e não quero deixar só para os torcedores as alfinetadas! Eu não sou "imprensa esportiva", eu sou um chargista. O Náutico tinha a fama de nadar, nadar e morrer na praia. Isso é, ou pelo menos era, um fato. Se o Sport tivesse a fama de sempre perder o hexa, eu publicaria tranqüilamente uma charge sartirizando isso na véspera do jogo, pois estaria baseado em fatos. No mais, devemos tolerar o humor contra nosso time com a mesma espirituosidade com a qual fazemos humor contra o time adversário.
Grande abraço e longa vida na Primeira Divisão!
Miguel:
1º Na verdade te parebenizo pelo trabalho anterior, também comprei uma camisa com a referida charge de 2001. Parabéns por aquele trabalho.
Obrigado.
2º Fica dificil para alguém que se coloca como neutro pedir que os apaixonados sejam neutros.
Não peço neutralidade, só senso de humor, sem o qual a vida se torna impossível.
Ora, caro jornalista vc têm noção do tamanho do sofrimento causado aos alvi-rubros por aquele jogo que, ainda bem, foi exorcizado.Vc têm noção da quantidade de pessoas socorridas.Vc têm noção dos traumas causados a tantos.Outra coisa antes de ser jornalista, tu "tinha" time, religião, partido politico, opção sexual, preferência alimentar etc.Esqueçer o que somos fica dificil.
Continuo tendo, mesmo depois de me tornar jornalista. Mas acho que a única razão para a existência do meu time é exatamente a rivalidade com o adversário. Se os outros times desaparecerem, o meu time perde o sentido de existir. E como gosto de fazer gozação com o time adversário, tenho também que tolerar com bom humor quando o meu time é o alvo da piada, e não tomar a questão de modo pessoal. É infantil e ridículo achar que os outros times estão sempre "errados" e só o meu time é que está "certo".
3º Como jornalista vc coloca que futebol, não é religião. Mas já parou para pensar que para muitos é ainda mais importante que religião.
O que é um evidente equívoco e um desequilíbrio de prioridades, na minha opinião.
4º Lembre que algumas charges de Maomé, publicadas na Dinamarca, causou o maior reboliço na Europa e nos países árabes e chegou-se até a discutisse a liberdade de imprensa.
A comparação é válida e pertinente, porque não acho que os religiosos que queriam matar o chargista dinamarquês fossem exatamente pessoas equilibradas e esclarecidas. Elas consideram a sua religião como a absoluta e verdadeira e todas as outras relativas e falsas, mais ou menos como o caso do time "certo" e do time "errado".
5º Da mesma maneira que procura entender suas explicações e agradeço seu contato, procure entender que é preciso ter cuidado como os sentimentos, com o simbolismo, com a importância que as pessoas dão a fatos, pessosas e coisas.
O que você sugere nesse item, se for posto em prática, significa eliminar dos jornais o espaço para a charge, pois rastrear e contornar todos os sentimentos e simbolismos que todas as pessoas dão a fatos, pessoas e coisas tornaria impraticável qualquer tentativa de humor.
6º Para mostrar sua neutralidade seria interessante que os traumas de nossos rivais, tambêm fossem explorados, se não conheces esses traumas, pode manter contato comigo que posso te auxiliar humildimente.
Agradeço a oferta de ajuda, mas conheço muito bem os traumas de todos eles.
7º De toda forma, sem querer impor limites, nem formas, nem diretrizes, para seu trabalho que é de excelente qualidade, te surgiro humildimente que uma charge exorcizando esse fantasma gremista seria bem apropriada.
Acho que o fantasma não era especificamente o Grêmio, mas o "nadar, nadar e morrer na praia."
8º Espero que vc seja feliz e continue exercendo seu trabalho com a já comprovada competência e agradeceria seu retorno para esse e-mail.
Mais uma vez agradeço. Iguais votos de felicidades e perpétua permanência na Primeira Divisão.
Saudações Alvi-rubras e Saudações Alvi-rubras para vc e para todos que te cercam.
Saudações alvirrubras, rubronegras e tricolores.
quinta-feira, novembro 16
AO VIVO E A CORES
segunda-feira, novembro 6
THE BOY WITH THE THORN IN HIS SIDE
Mas o que diabo aconteceu com o rock nos anos 80 e 90? Quase nada. Acrescentou-se ao mundo do rock apenas mais duas bandas: uma de rock pesado e outra de rock leve. Ambas se subdividiram em uma miríade de clones idênticos, como amebas, e disso não passou. Ninguém consegue, a ouvido nu, distinguir Metallica da Megadeth, ou a Gravedigger da Helloween. Ou, no caso das leves, distinguir a The Cure da The Smiths, Men At Work da U-2 (exceto quando Bono Vox canta “Helter Skelter” dos Beatles :P), ou a Oasis da Coldplay. As minhas leitoras twenty e thirtysomething, que me lêem escandalizadas, podem até achar um ou outro integrante de uma banda mais bonitinho, mas musicalmente falando, são caminhões de japoneses. Não é à toa que a meninada está voltando pros anos 70. Um paralelepípedo, por mais surdo que seja, jamais vai confundir Beatles com Rolling Stones, ou Pink Floyd com Creedence. Pode-se até não gostar das bandas (eu por exemplo não exatamente morro de amores pela Rolling Stones, salvo uma meia dúzia de pérolas), mas não se pode negar que tenham personalidade e identidade.
Esse post veio a propósito de, sábado último, eu ter ido a um show da Gulliver , banda cover de rock leve dos anos 80 e 90, da qual Mário, o batera thirtysomething da Capitão Gancho, é o vocalista, e a qual eu apelidei maliciosamente de “Coldgay”. A banda é ótima, Mário está cada vez melhor no vocal, os backvocals são passáveis, enfim, um som afinado e redondo, ou seja, eles tocam exatamente igual às bandas originais, que é o que melhor pode se esperar de uma banda cover. Mas as músicas iam se sucedendo e nada do estilo mudar. Era sempre a mesma guitarra tímida com solos minúsculos, um baixo contínuo e melancólico, acompanhado de uma bateria seca e previsível. Aliás, por falar em guitarra, símbolo máximo do rock, a impressão que dava é que se as guitarras dessem pane (sim, eram duas, base e solo), e ficasse só o vocal e o baixo com a bateria, ninguém iria notar a diferença. E pra que tanta depressão e melancolia, meu Deus? Esses caras não ficam alegres nunca? E nem com raiva? Até as fotos dessas bandas mostram sempre uns caras magros e pálidos, olheiras profundas, vestidos de preto, com uma expressão vazia e perplexa de quem acabou de levar um pé na bunda. Mas isso é bem a cara dos anos 80, cujo espírito entrou pelos 90. Como bem dizia aquele rockinho nacional: “Não vai dar, assim não vai dar, como é que eu vou crescer sem ter com que me rebelar?”
domingo, novembro 5
AMAR É... PAGAR MICOS
Eu, de paquera com uma linda donzela twentysomething, a conversa rolando livre, leve e solta, me chega o baixista da Mocambo Gilson Biu e me abraça meio de lado e tenta me levantar do chão. A minha visão periférica, já ligeiramente nublada com pancadas esparsas de cerveja e vodca, registra Biu como sendo Morcegão, que também estava de camisa preta, só que pesa metade do peso de Biu. Então, pra exibir a minha força física de macho caçador e provedor, pego Morcegão, que na verdade era Biu, nos braços, assim mais ou menos como os recém-casados entram no quarto de núpcias e dizem "enfim sós". Quando os meus músculos das costas perceberam o engano, já era tarde demais: caí pra trás com Biu e tudo, com o detalhe de as minhas pernas ficarem apontando pra cima, como nos desenhos animados. A moça teve um acesso incontrolável de riso e assim me escapa pelos dedos mais uma twentysomething.
sábado, novembro 4
MUITO SIMPLES
A linda noiva perguntou se eu conhecia uma jornalista amiga dela, na verdade não exatamente amiga, mas que foi casada com um amigo do noivo dela. Eu disse que sim, que tinha até ido pra um aniversário dela bem original, ela botou todos os convidados dentro de um ônibus e saiu sem dizer a ninguém onde iria ser a festa. Fomos todos parar em Porto de Galinhas. Ah, que legal, uma outra amiga minha também queria fazer a festa de casamento dela assim, botava todo mundo em uns cinco ônibus e ia levar todo mundo pro Trem do Forró. Mas a sogra dela só faltou morrer e terminaram desistindo. Quando eu disse a ela que ia casar no Monte Guararapes, ela ficou dizendo mas que coisa tão tradicional! Sabe onde ela terminou casando? No Monte Guararapes! E terminou que eu nem achei vaga no Monte Guararapes, vou casar na Basílica do Carmo.
-Ah sim , lá na Dantas Barreto, bela igreja. Eu acho a capela da Jaqueira também muito bonitinha.
-Ah, também acho, mas é muito pequenininha, não cabe ninguém.
-Ah, é verdade, 450 convidados.
A linda noiva discorreu sobre as dificuldades de se fazer uma lista de convidados, ela só iria convidar as pessoas do círculo íntimo da família, mas só que a família era muito grande. E a maioria dos convidados tinha família grande também. Por outro lado, alguns convidados nunca teriam uma família tão grande assim, pois eram casados com pessoas do mesmo sexo. O que gerou um certo desconforto na hora de botar os nomes nos envelopes: Fulano de Tal e namorado, Fulana de Tal e namorada. O pai achou um absurdo, e o noivo ponderou se não seria melhor botar Fulano de Tal e acompanhante. Breve saberemos qual opinião prevaleceu, se a dos machões autoritários ou a da linda noiva muito simples, porém muito exigente na sua simplicidade.