WOMEN CAN BE CARELESS

By the way, nunca pude compreender a alusão que a diretora Nora Ephon do "You´ve Got Mail" faz ao Godfather, através de Tom Hanks e depois com Meg Ryan. Go to the matresses? So fucking what? Aquilo no filme não tem o significado aludido, que é ir à luta por algo ou coisa parecida. É só uma desculpa pra assassinar o segurança Paulie, que tinha traído Don Corleone fingindo-se doente, eles nem chegam a comprar os colchões. Antes ela tivesse citado o famoso "leave the gun; take the canolli.", que dizem depois de matá-lo. Também ia ficar um despropósito, mas pelo menos poderia significar o pragmatismo predatório do capitalista Tom Joe Fox Hanks em levar à falência a livraria concorrente mais fraca de Meg Kathleen Kelly Ryan. Uma mina de ouro de citações e a anta faz uma quotation que não tem nada a ver o cu com as calças, nem no filme em si e nem com o filme dela e nem com nadas de nadas. Aaaarrrrrrgh! Umbefuckinglievable!

FAMILY BUSINESS

Vi Godfather mais uma vez ontem com os meus sobrinhos. Nós sempre vemos os Godfathers juntos. Toda vez que vejo o Godfather I e o II me dá vontade de comer macarronada. O III me dá vontade de metralhar a família Coppola: pai, mãe, e principalmente, filha. Não antes de dizer a papai Coppola o que papai Corleone disse a Michael no primeiro filme: "I spent my life trying not to be careless. Women and children can be careless. But not men."

VOX POPULI

Caríssimas leitoras desse blog, uma vez que leitores, se os há, não comentam: de vez em quando tá aparecendo spam nos comentários, o que é, convenhamos, um saco. A única maneira de parar com isso é botando a verificação de palavras pra comentar, ou seja, aquela palavrinha tronchinha cheia de letras e números aleatórios que a gente tem que digitar de novo num espacinho em branco. Como esse blog é machista porém democrático, submeto essa medida drástica a um plebiscito entre as minhas inúmeras leitoras. Teremos que decidir qual a chateação maior, se é digitar aquela coisa troncha toda vez que quisermos comentar algo ou ir ler 5 comentários e eventualmente descobrir que são todos anúncios de pílulas emagrecedoras. Com a palavra, vossas excelências.

QUEIXO DE VIDRO

Todas as vezes que me vejo envolvido no processo de me apaixonar por alguém, inevitavelmente me vem à mente uma luta de boxe. Não uma luta de boxe qualquer, mas uma bastante específica. Em 10 de fevereiro de 1990, em Tóquio, James Buster Douglas derrotou Mike Tyson em 10 assaltos, deixando o mundo e a si próprio perplexos. É provável que ninguém tenha ficado milionário na bolsa de apostas, pois ninguém apostaria num loser total como Buster Douglas. Talvez um ou outro lunático. Foi o Íbis ganhando da Seleção Brasileira, e de goleada, uma manada de zebras.

The tale of the tape: Tyson chega ao ringue simplesmente com a reputação de imbatível, máquina exterminadora, não havia perdido ainda uma luta pra seu ninguém, e ganhou muito poucas por pontos, a maioria por nocaute e logo no primeiro assalto. Buster era um zé-ninguém, mais um sparring pra Tyson nocautear em trinta segundos, se muito. Pois Buster foi se agüentando por ali, Tyson foi perdendo a paciência e a concentração, lá pelas tantas Buster começa a cutucar a fera com vara curta e a fera em vez de reagir começa a bambear. Pléin! Salvo pelo gongo. Mas outros assaltos se sucedem e Tyson não é mais o mesmo, acordou meio atravessado nesse dia, o fuso horário, sei lá, só sei que no fatídico décimo assalto Buster acerta um cruzado de direita, mais um direto de esquerda, um gancho de direita e Tyson finalmente dobra os joelhos e se apóia nas cordas, encaixa um upper cut no queixo e está consumado: bilhões de telespectadores vêem estarrecidos o Iron Man ser nocauteado e perder o título unificado de campeão mundial dos pesos pesados.

Pois bem, uma busterdouglazinha qualquer entra de mansinho no nosso ringue, você nem olha direito pra ela, ou olha só porque ela é bonita, mas e daí, mulher bonita toda festa tem uma dúzia, mas ela vai flutuando no ar como colibri e picando feito abelha, olha só, até que tem um narizinho bonitinho(jab de direita); puxa, que pele macia e cheirosa (jab de esquerda), que mãos bem feitas (punch no fígado); acho que ela ficou linda de cabelo amarrado (gancho na nuca), ih, falou besteira! (Pléin! Salvo pelo gongo!); hum, mas pensando bem eu também falaria isso (clinche); epa, mas não só acusou o golpe que falou besteira como fez todo mundo rir dela mesma (cruzado no tórax); é inteligente, bem-humorada e tem jogo de cintura (combinado de esquerda e direita fazendo o pêndulo); uau, que pernas (cruzada de direita sobre a esquerda); ai,ai, ai, tem uma voz linda e está sorrindo pra mim (direto de direita, voa o protetor bucal); nossa, que olhar cativante (direto de esquerda, abre o supercílio); caramba, nem precisava ter uma bunda bonita (gancho abaixo da linha de cintura, dobra os joelhos e se apóia nas cordas) não posso mais viver sem ela (upper cut no queixo, beija a lona e joga a toalha). Pléin!

BRAIN DAMAGE

The lunatic is on the grass
The lunatic is on the grass
Remembering games and daisy chains and laughs
Got to keep the loonies on the path

The lunatic is in the hall
The lunatics are in my hall
The paper holds their folded faces to the floor
And every day the paper boy brings more

And if the dam breaks open many years too soon
And if there is no room upon the hill
And if your head explodes with dark forbodings too
I’ll see you on the dark side of the moon

The lunatic is in my head
The lunatic is in my head
You raise the blade,
you make the change
You re-arrange me ’till I’m sane
You lock the door
And throw away the key
There’s someone in my head but it’s not me.

And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear
And if the band you’re in starts playing different tunes
I’ll see you on the dark side of the moon


There is no dark side of the moon really... matter of fact it’s all dark.

VIDA E MORTE DE SEVERINO

Noblat disse no blog dele que o cheque que vai ser apresentado na PF pelo dono do restaurante nessa quarta enterra de vez nosso Biu véio de guerra. Já vai tarde.

FIORELLA

Em agosto do ano passado, de férias em Brasília, eu almocei com a minha prima, que é estenógrafa do Congresso, no restaurante do anexo da Câmara. A comida é excelente, mas ainda bem que foi ela que pagou a conta. Era só o que faltava, eu contribuir para o mensalinho de Severino.

HORROR VACUI

Assisti numa pré-estréia, ingresso de graça, nada pra fazer, um filme chamado "Vôo Noturno". Insípido, inócuo e inodoro. Se você tiver horror ao vácuo, fuja dele.

SILÊNCIO SUSPEITO

As mulheres, quando não estão tagarelando umas com as outras, parecem estar sempre tramando algo.

Humphrey DeForest Bogart

Acabo de ver num canal de trivia do mIRC que o nome completo dele era esse.

DIE HARD

Continua acirrada a campanha de todo mundo em geral e das mulheres em partircular contra o meu celular. Trata-se de um Nokia antenado, aquele que quando alguém vai desenhar um cartum de um celular, desenha ele. Ele foi, e ainda é, o meu primeiro celular. Na verdade foi o segundo, mas o primeiro passou comigo apenas exatas 24 horas. Habilitei na sexta às 4 da tarde em ponto e às 4 da tarde em ponto do sábado deixei em cima de um táxi, enquanto procurava o dinheiro pra pagar. Está passeando até hoje, e isso foi em janeiro de 2002. Portanto, eu considero esse atual, se é que me permitem lançar mão dessa liberdade poética de chamá-lo de atual, o meu primeiro. Comprei no Hiperbompreço de Casa Forte, e no mesmo dia que comprei deixei a caixa com nota fiscal e tudo no balcão de uma lanchonete 24 horas de um posto de gasolina, mas como eu era freguês antigo o cara guardou pra mim, e desde então somos inseparáveis. Já troquei de bateria algumas vezes e uns dois meses atrás passou quase uma semana na oficina. Estava recebendo umas mensagens de civilizações remotas, antigas ou extraterrestres, e volta e meia a tela se cobria de hieroglifos etruscos ou marcianos. Trocou-se um circuito eletrônico qualquer e aí está ele de novo, firme e forte, pronto para mais um quinquênio. Mas nesse fim de semana quase que eu sou seduzido pelo canto das sereias. Fomos ver o El Mocambo no Pedra de Toque e eu resolvi dar pra minha mãe guardar. Como o Pedra de Toque é assim mais chique e mais caro, minha mãe estava com uma bolsa minúscula e disse que não cabia. No de Elis, minha sobrinha de 19 anos, também não coube. Tive que botar na de Solange, que como foi comunicada de última hora que iria nos acompanhar, não teve tempo de escolher a menor bolsa possível. Terminei esquecendo dentro da bolsa dela. E ontem estava no cinema, e como ele não cabe dentro do meu bolso da camisa, deixei-o no colo. Fui me ajeitar na poltrona e o bicho escorregou pra debaixo da fila da frente. E no exato momento em que eu estava me arrastando no chão pra alcançar o bicho, Mário Baterista Truculento me manda uma maldita mensagem apipipipitada dizendo que ele e Leo estavam me esperando no Burburinho, e todo mundo faz ssshhhhhhhh! Comecei a considerar a possibilidade de trocar por um menor. A Claro me mandou uma carta há um tempo atrás me informando que eu tinha um bônus de cento e tantos reais pra trocar de aparelho. Fui lá hoje e a moça do computador me disse que a promoção era só até o dia 31, por causa do dia dos pais, etc., mas ainda assim ela me mostrou uns modelos novos, Motorolas, Siemens e Samsungs, com câmera digital, vídeo e internet, visor colorido e metade do tamanho e do peso do meu. Terminei não me decidindo por nenhum, mas fiquei de voltar lá, porque esqueci de pegar o número do Samsung dobrável com Internet da moça do computador, que tinha um um sorriso muito bonito.

VOI CHE SAPETE

Deus escolheu Mozart para ser o porta-voz da música dos anjos, mas essa ária Ele fez questão absoluta de ditar nota por nota. Se eu fosse tão macho quanto proclamo ser, choraria todas as vezes que a ouvisse, e o fato de não fazê-lo certamente me fará morrer de infarto quando chegar a minha hora. Ária de Cherubino, personagem adolescente feito por soprano, da ópera "As Bodas de Fígaro". A letra não é de Mozart, claro, é do fiel escudeiro libretista Lorenzo da Ponte, como sempre. Não importa, o que importa é o que Mozart fez com ela, aqui traduzida numa língua que Mardoux e Cris possam entender. Para ouvir, é só digitar "Voi Che Sapete" no Google, e aparecerão 1001 sites oferecendo a MP3.

You ladies, who know what love is,
See if I have it in my heart!
I'll tell you what I'm going through,
It's new to me; I can't understand it.
I feel a liking full of desire
That now is pleasure, now is agony.
I freeze, and then feel my soul burning,
And in another moment go back to freezing.
I look for a good outside myself,
I don't know who has it,
I don't know what it is.
I sigh and groan without wanting to,
I quiver and tremble without knowing it,
I find no peace night or day,
And yet I like suffering this way!

A ÁRIA DE CHERUBINO

Voi che Sapete che cosa e amor,
donne vedete, s'io l'ho nel cor.
Quello ch'io provo, vi ridiro,
e per me nuovo- capir nol so.
Sento un affetto pien di desir,
ch'ora e diletto, ch'ora e martir,
Gelo, e poi sento l'alma avampar,
e in un momento torno e gelar.
Ricerco un bene fuori di me,
non so ch'il tiene, non cos' e.
Sospiro e gemo senza voler,
palpito e tremo senza saper;
non trovo pace notte, ne di,
ma pur mi piace languir cosi.

ALERTA VERMELHO

Atenção ninfetas: estou no vermelho do cheque especial em dois bancos e não tenho a mínima idéia onde gastei tanto dinheiro. Moro num quarto e sala (e microvaranda para pombos) alugado, meu carro é um Fiesta 96 e o meu celular pode facilmente ser confundido à distância com um laptop ou um notebook. Portanto, se vocês estão procurando segurança e estabilidade em homens mais maduros, conforme rezam os comentários sobre um casal de uma novela que está rolando por aí, podem me esquecer. Eu sou a personificação da falência do capitalismo profetizada por Marx.