quinta-feira, junho 30


:) Posted by Hello

quarta-feira, junho 29

ARCO-ÍRIS DOS DALTÔNICOS

Mais uma passeata gay, dessa vez na terra de Mardoux. Pra variar, com diferença de contagem de participantes: a polícia como sempre diz menos, os organizadores como sempre dizem mais. No Galo da Madrugada e nas passeatas estudantis também é assim. Seinfeld costuma dizer que tem tudo pra ser gay: é cheio de frescuras, mora sozinho, se veste todo arrumadinho, etc. Mas quando perguntado por Elaine “don’t you think men are beautiful?” ele responde: “-No! I found them disgusting!” E com isso encerrou a questão.
O que leva alguém a ser homossexual? Penso que quem responder essa questão em definitivo deveria ganhar o Nobel de alguma coisa, de Estética ou de Medicina. Porque a alma humana acha sexy ou nojento um homem ou uma mulher é realmente uma questão digna de ser investigada. Volta e meia eu discuto esse assunto com amigos e familiares, e cheguei a algumas teorias inacabadas, de fios soltos. Mas de uma coisa já me convenci: não se trata de uma “opção sexual”. Esse rótulo, que se pensa ser politicamente correto porque pressupõe um convite à tolerância dos que não “optaram” por ser gay, na verdade está chamando o gay de burro. Aqui estão duas opções: ser heterossexual, que significa ser aceito e tido como normal pela grande maioria da sociedade; ou ser homossexual, que significa ser alvo de chacotas e piadas pelo resto da vida, ser rejeitado pelo pai e merecer piedade da mãe, desprezo dos irmãos e dos colegas, ter que adaptar-se a um ato sexual anatomicamente anti-natural, ter que esconder constrangedoramente os relacionamentos, que por sua vez são ainda mais difíceis e complicados do que já são normalmente a relação entre duas pessoas de sexo oposto, bom, e por aí vai, todo mundo sabe a barra que é. Claro que isso são linhas gerais, mas ainda assim todo gay hoje em dia assumido, feliz em seu relacionamento e respeitado por todos antes teve que passar por uma ou mais situações desse tipo até se firmar e se impor. E aí voltamos ao início: por que raios alguém iria optar por passar por tudo isso de livre e espontânea vontade? Ninguém avisou a ele antes? Onde ele estava morando todo esse tempo, em Marte? É totalmente contra a natureza humana escolher o caminho mais difícil. Se se trata de uma opção, então os dois caminhos seriam de peso igual, nenhum fator externo inclinaria o rapaz ou a moça a optar por essa ou aquela orientação sexual, seria uma decisão pura e simples. E eles escolheriam justamente essa? Acresce que quando se fala “opção sexual”, o resíduo que fica no imaginário é que um belo dia, ao escolher qual o curso que vai fazer no vestibular, o rapaz ou a moça aproveita esse ímpeto decisório e decide ser gay. Se nos voltarmos para dentro de nós próprios, lembraremos que não é bem assim, no jardim da infância já estava bastante definido em quem já tínhamos tesão, se no professor, na professora ou em ambos. As meninas um pouco mais tarde, os meninos um pouco mais cedo, mas é isso aí. O que complica ainda mais as coisas pro lado da teoria da “opção”: uma criança não tem cacife existencial pra fazer uma opção dessa magnitude, ainda mais quando sabemos que o universo infantil é infinitamente mais cruel com as pessoas diferentes. Conduzi, como de praxe, uma pequena pesquisa na redação entre os gays assumidos, e eles me disseram exatamente isso: nunca tiveram dúvidas que eram gays desde a mais tenra infância, mas ficavam apavorados com a idéia de alguém descobrir isso.

Voltaire fala sobre isso no seu “Dicionário Filosófico”, no verbete “Amor Dito Socrático”:
“A atração entre os dois sexos manifesta-se muito cedo; mas, apesar de tudo quanto se afirma das africanas e das mulheres da Ásia Meridional, essa tendência é geralmente mais violenta no homem do que na mulher; é uma lei que a natureza estabeleceu para todos os animais. É sempre o macho que ataca a fêmea. Os machos jovens da nossa espécie, educados uns com os outros, sentindo essa força que a natureza começa a fazer desabrochar neles e não achando o objeto natural para o seu instinto, deixam-se atrair para aquilo que mais se assemelha a tal objeto. Freqüentemente um rapazinho, pela frescura da pele, pelo garbo das suas cores e a meiguice do olhar, durante dois ou três anos parece mais um linda rapariga; se o amarmos, é porque a natureza se equivoca: prestamos homenagem ao sexo feminino, mostrando-nos rendidos a quem se adorna com as suas belezas, e, quando a idade faz desaparecer essa semelhança, a confusão finda.”


Alguns gays nunca aceitam que são gays, uns vão ser padres ou freiras, por motivos óbvios; outros casam e têm filhos e tentam levar uma vida “normal”, até que um dia a “opção” fala mais forte e caem em “tentação”. Todos nós conhecemos um ou mais casos do tipo. Outras teorias falam de referências femininas e masculinas, que quando o pai é repressor e a mãe é carinhosa, ou vice-versa, mãe dominadora e pai abestalhado, o menino vira gay e ou a menina lésbica.. Ou seja, Hitler era pra ser veado. E um filho dele com Eva Braun também seria. E Kafka, no caso, também era pra ser gay, mas infelizmente ele vivia se apaixonando por mulheres. Mas, replicam os partidários dessa teoria, nem sempre funciona, depende de muitos outros fatores, assim como as características de um signo dependem da hora do nascimento, do signo ascendente, etc. Então a teoria é tão boa ou tão ruim quanto qualquer outra, e poderia muito bem nem existir que não faria falta. Um sujeito que tem um pai militarista e repressor pode admirar o pai e imitá-lo, ou odiar o pai e virar um hippie liberal; um cara mimado pela mãe pode se tornar um chato para a esposa, porque vai querer ser mimado também o resto da vida. Não consigo ver nenhuma conexão na vida prática que leve alguém a ser gay por causa disso. Freud, aquele senhor que passou a vida inteira a cascavilhar o inconsciente alheio, diz que o homem que é obviamente o preferido da mãe desenvolve um sentimento de segurança na vida, e que dificilmente deixa de ser bem sucedido com os empreendimentos em geral, sejam profissionais ou sentimentais. Não falou em virar gay, muito antes pelo contrário, parece que aí é que o Édipo aflora mesmo.
Digamos que um ser de outro planeta viesse fazer anotações por aqui. Ele escreveria que existem duas forças poderosas que fazem os animais saírem da toca, a fome e o sexo, que ao fim e ao cabo são forças que visam a reprodução e a perpetuação das espécies. Anotaria em seu caderninho também, observador como todo cientista que se preza, que em todas as épocas em todas as tribos dos primatas humanos existe uma pequena, porém barulhenta, parcela de indivíduos que não foram destinados a reproduzir, pelo simples fato de que eles transam com pessoas do mesmo sexo, ato que não gera descendentes. Resta saber qual seria o gatilho da natureza que acionaria o crescimento ou diminuição dessa parcela não reprodutora, por mais que seja doloroso e humilhante para os humanos uma interferência tão íntima da Natureza na natureza deles. A escassez de alimento para a tribo seria a mais provável. Mas aí seria necessário verificar se as tribos mais ricas teriam menos gays, e se as mais pobres mais gays. Ou seja, em San Francisco deveria ter menos gays que na Etiópia, e aparentemente é o oposto, daí as pontas soltas dessa teoria. Mas temos também aí elementos culturais e religiosos que camuflariam a estatística, e a coisa começa a complicar. Mas de uma forma ou de outra, é muito provável e plausível que esse gatilho seja inato, e que alguém se vangloriar de ser heterossexual equivale em estupidez a alguém se vangloriar de ter nascido branco e de olhos azuis. E que alguém que nasce homossexual não deveria se sentir mais culpado do que alguém que nasce, digamos, daltônico.

domingo, junho 26


Jornal do Brasil/Caderno B/24junho/2005 Posted by Hello

sábado, junho 25

Agora é tarde, a Cecília é morta


Fui surpreendido com uma inusitada folga de São João, quinta e sexta, que aproveitei pra reler meu detetive predileto, Maigret, de Georges Simenon. Comecinho do capítulo três de "Crime na Polícia" (Cécile est morte):

Maigret costumava dar de ombros quando alguém manifestava espanto, na sua presença, com a resignação dos humildes, dos enfermos, dos milhares de pessoas que vivem reclusas, sem horizontes, nos antros das grandes cidades; sabia por experiência que a fera humana se adapta a qualquer ninho, se puder preenchê-lo com seu calor, seu odor e seus hábitos.

quinta-feira, junho 23

SUPER-HERÓI

Ganhei da minha mãe uma estatueta em miniatura de São Miguel. Na verdade não é “são”coisa nenhuma, ou pelo menos nenhum reles e vulgar ex-humano que foi canonizado e virou santo milagreiro. Trata-se de Miguel Arcanjo, o arquianjo, o tampa de crush, o cabeça da gang, o poderoso chefão da máfia dos anjos, a segunda pessoa da Trindade, ou seja, no caso, a quarta, vocês entenderam. E o xará não brinca em serviço: já está de asas abertas e de espada em punho, prestes a degolar ninguém menos que o Diabo em pessoa. E pra se certificar que não vai errar o alvo, encarcou um pé no cangote do Capeta, que olha pra cima com uma expressão assim meio desconsolada, enquanto que Miguel num tá nem aí pra ele, olha fixamente pra frente com a cara mais angelical do mundo.

terça-feira, junho 21

NÃO ACREDITO MAIS NO FOGO INGÊNUO DA PAIXÃO

Olhe, cá pra nós, esse tal desse Cordel do Fogo Encantado é pernambucanidade demais pro meu gosto. Ontem uma cliente minha adiou um encontro porque amanhã vai ter um show deles num sei onde. Ainda bem que ela não me chamou. Vou nada! Já caí nessa uma vez no carnaval de 2003, pra nunca mais. Uma amiga com a qual eu pinotava o tríduo momesco do referido ano me arrastou pra Rua da Moeda pra ver os famosos rapazes de Arcoverde. Credite-se a favor deles que o nome da trupe até que é curioso e chamativo, eu imaginei que iria assistir um espetáculo assim meio fantástico, com dragões botando fogo pelas ventas e serpentes gigantes encantadas, e tudo ao som de uma música acid-trip-armorial-olodum-manguebeat, numa espécie de Flauta Mágica sertaneja. Ao chegarmos a duríssimas penas numa distância razoável do palco, porque no carnaval qualquer bêbado batendo numa lata arrasta uma multidão, ouvi uns chocalhos chocalhando, umas zabumbas zabumbando, e aí um cidadão desandou a declamar poesia de cordel e jurou aos seus deuses não parar mais. Eu até que gosto de literatura de cordel, tenho folhetos e livros, e lia mesmo de verdade como consumidor autêntico quando era criança e morava no interior. Mas passar duas horas ouvindo um sujeito declamando cordel é mais ou menos como ir a um show de blues, daquele blues bem blues mesmo, tipo B. B. King. A primeira música é do caralho, a segunda é beleza, a terceira, bem, oxe, e nós não acabamos de aplaudir essa música e eles vão começar tudo de novo? mas tudo bem, blues é assim mesmo, três acordes só, né, é massa, na quinta a gente começa a se mexer na cadeira, na décima a gente joga a cadeira na cabeça do guitarrista, esmurra o garçon e sai correndo pro carro.
Acresce que o declamador do Cordel do Fogo Encantado, que tem o sugestivo e lírico nome de Lirinha, declama principalmente poemas de lavra própria, que são devaneios poéticos de um jovem de classe média. Ou seja, clássicos como "A Chegada de Lampião no Inferno" e "A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho", que é bom, nada. A minha amiga, porém, tudo sorvia e absorvia embevecida e feliz, hipnotizada com o seu tom inflamado e messiânico. Exibia previamente nos lábios um cândido sorriso de aprovação, encharcada com a pureza daquela fonte de águas claras e profundas que vinha do interior. Eu, na falta de coisa melhor pra fazer, inventariava mentalmente os prós e os contras de aprofundar o meu relacionamento com aquela criatura tão fogosamente encantada, e o meu fogo foi desencantando, desencantando, até que se extinguiu completamente.

domingo, junho 19

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...HÃ?!?


SEGUNDA-FEIRA! Posted by Hello

sábado, junho 18

O AMOR É LINDO


-Quer casar comigo?
-Não.
E foram felizes para sempre. Posted by Hello

DICAS PARA O FIM-DE-SEMANA

Para ficar eufórico: Café forte, banana prata, bolacha cremecraque com manteiga (margarina não) e Concertos para Cravo e Orquestra de Mozart 1,2 e 3. Eles são pequenos e geralmente vêm num cd só, então é só botar na vitrola e deixar rolar.
Para ficar melancólico: Suco de laranja, pão dormido assado com mostarda e pimenta-do-reino, tomate em rodelas e o Concerto para Violoncelo e Orquestra de Dvorak. Evite Yo-Yo Ma, ele tá sem pegada nesse concerto. Prefira algum intérprete russo da velha guarda.
Para ficar deprimido: Amendoins e qualquer uísque, menos o Jack Daniels, que é um bourbon e tende a deixar o freguês alegre, e a Quinta Sinfonia de Mahler, todinha, de cabo a rabo. Na hora do Adagietto (quarto movimento, ééé, aquele mesmo de "Morte em Veneza") certifique-se de que todas as janelas estão fechadas, principalmente se você mora em andar alto.

quinta-feira, junho 16

"Yes, I am basically a happy person".

Sally Albright

VIVA O POVO BRASILEIRO!


Semana passada o senador Joel de Hollanda deixa um recado no meu celular dizendo que Ricardo Noblat queria autorização pra publicar no blog dele aquela charge lá embaixo. Hoje Ziraldo me manda e-mail pedindo autorização pra publicar no Caderno 2 do Jornal do Brasil essa charge aí em cima. Se eu morasse no reino da Dinamarca, mesmo no tempo em que Hamlet farejava algo podre, morreria de tédio. Posted by Hello

segunda-feira, junho 13

ÓPERA COM GOSTINHO DE QUERO MAIS

Materinha a ser publicada no Caderno C de amanhã ou depois, que as diletas assinantes do Blogart recebem com exclusividade em primeira mão, versão na íntegra e sem cortes.


O que é que as pessoas faziam dia de domingo antes de inventarem o cinema e a televisão? Iam assistir ópera. Ópera era a novela das oito. Não é à toa que os americanos botaram o nome nas telenovelas de soap-opera, ou seja, uma ópera que tem anúncio de sabonete no intervalo, que ianque sabe ganhar dinheiro com tudo. Pois bem, a CORE, Companhia de Ópera do Recife, resolveu resgatar as origens populares da ópera com o simpático projeto "Ópera de Bolso", e para isso escolheu acertadamente obras do mais popular compositor de ópera de todos os tempos, Wolfgang Amadeus Mozart.
O negócio é o seguinte: em vez de simplesmente fazer uma tradicional sucessão de highlights de uma ópera qualquer, ou seja, pianista substitui orquestra, entra um tenor, canta uma ária bem conhecida, aplausos, depois entra uma soprano e canta outra, aplausos de novo, etc.; a CORE faz uma espécie de trailer da ópera, com começo, meio e fim, e a trama sendo explicada por um narrador em off e com legenda em português projetada num telão. Dessa forma eles conseguem enxugar uma ópera de duas horas e meia pra apenas uma hora, sem perder o fio da meada nem prejuízo do espírito da obra como um todo. E começando não às oito da noite, mas às cinco da tarde, pra se ter tempo de jantar fora depois e ainda ir pro cinema ou assistir o Fantástico. A receita funcionou. Foram cinco apresentações de "As Bodas de Fígaro" no Teatro Capiba do SESC de Casa Amarela, um teatro igualmente de bolso feito sob medida para o projeto, aconchegante e bem cuidado. E como os cantores são todos mozartianos leves, a estrutura compacta do teatro permite que eles se concentrem menos na projeção da voz e mais no papel em si, ficando totalmente à vontade pra fazer mil e uma estripulias no palco sem perder o fôlego. A CORE leva a questão de ópera cômica a sério: se é cômica é pra gargalhar mesmo de verdade, não é pra dar aquele"risinho-pedante-de-canto-de-boca-de-entendido-de-ópera". E para isso conta com a hilariante atuação do barítono Wellington Moura (já conhecido do público da montagem do "Elixir do Amor", também da CORE, em 2004), acumulando os papéis do Conde e de Fígaro, e de Patrícia Botelho, que faz uma sapequíssima criada Suzanna de voz cristalina, e o senso de humor com um timing perfeito dos dois no palco produz uma química irresistível. No papel da Condessa tivemos Carmélia Santos, e acumulando Cherubino e Marcellina, Elizete Galvão, ambas professoras de canto lírico do Seminário Batista e do Conservatório. O professor de canto Basílio, no caso personagem das "Bodas", ficou a cargo de Jefferson Bento. Como se vê, o elenco também cabe num fusca. No piano de cauda tivemos o caudaloso Jethro Rodrigues, infalível e agilíssimo co-repetidor ( "Voi Che Sapete" não é um pouquinho mais lenta não? Cherubino parecia que ia tirar o pai da forca ), e que às vezes, coitado, é também arrastado aos trancos e barrancos no rolo compressor da trama. A direção de cena é de Márcio Rodrigues, quetambém encarna o papel do tal narrador em off.
Se você perdeu essas apresentações porque ficou vendo videocassetadas, ainda tem uma chance: o grupo foi convidado para montar o espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns, bem ali, um pulo. Próxima "Ópera de Bolso" no Recife será nada menos que "DonGiovanni", ópera das óperas de Mozart, e excelente oportunidade para patrocinadores fazerem marketing cultural atrelando o nome de sua empresa ao espetáculo. E nem precisa ser fabricante de sabonete. A coisa parece que já está no forno, chegaram a apresentar o barítono que vai fazer o impagável Leporello ao público nessa saideira das"Bodas", num bate-papo informal depois do espetáculo.

sábado, junho 11

MILLENIUM SCORPION


Scorpion (baixo) Posted by Hello

Scorpion (trás) Posted by Hello

Scorpion (cima) Posted by Hello

Recordar é viver, a primeira nave espacial a gente nunca esquece. Eu ontem cascavilhando uns cds antigos do milênio passado, olha só o que achei: desenhos do tempo em que eu achava o 3DStudio Max o máximo. Olhaí, Mardy, eu também sabia brincar de casinha. Posted by Hello

sexta-feira, junho 10

RETURN OF THE REVIEW

Pronto, chega de fotos e figurinhas e surtos citadores. I'm back in business, afinal esse é um blog cinéfilo-intelectual-existencial, e eu tou sem um pingo de sono. Fui ver com Cris o "Guia do Mochileiro da Galáxia", ela pela segunda vez, eu a primeira, ela leu o livro, eu não. Quem não assistiu ainda pode ler o post, eu conto muito pouco ou quase nada do filme propriamente dito.
É mais ou menos um cruzamento do ótimo "The Meaning of Life" do Monty Python com a bela porcaria "The Fifth Element" de Luc Besson, sendo que aqui os efeitos digitais e as personagens caricaturescas se prestam mais ao serviço da comédia, enquanto que no "Fifth" nada se presta a absolutamente nada. Mas ainda assim, No "Guia", fica no ar um certo sentimento de desperdício excessivo, e eles quase chegam a sugerir isso mesmo fazendo algumas paródias explícitas dos hiperespaços e dos calabouços do "Retorno do Jedi", e substituindo as mensagens com projeções holográficas por um pré-histórico 3-D cromático, aquele que precisava de um oclinho verde e vermelho pra ver. Essa estética 2001/Star Wars, mesmo parodiada e satirizada, já está à beira da exaustão, feito filme de drag-queen, que nem elas mesmo acham graça mais. E será que nesse filme precisava de usar tanto efeito assim, ou será que os programinhas de 3-D estão cada vez mais rápidos e fáceis e fica difícil resistir à tentação? Special effects without a story are pretty boring things, já dizia George Lucas, e ele provou amargamente isso com a segunda trilogia. Não é o caso, até que tem story, mas, só pra fazer um paralelo, a animação da abertura feita com colagens pro "Life of Brian", também do Monty Python, é mil vezes mais engraçada do que a espetacular sequência dos extraterrestres sequestrando Brian e jogando ele de volta em Jerusalém, much ado about too little. No caso do "Guia", as imagens geradas por computador, aka CGI, serviram ao menos pra sossegar um rebanho de pirralhos que adentraram aos berros segurando sacos de pipoca imensos, certamente atraídos pelo "galáxia" escrito no cartaz. Como eles certamente não vão recomendar esse filme aos coleguinhas do colégio, os produtores dessa megaprodução deverão sair num preju desgraçado. Mas pra quem gosta do humor estilo Monty Python, cuja principal vítima é a classe-média entediada inglesa, tem algumas boas gargalhadas garantidas.

1964 - O ANO QUE JÁ ACABOU


Enquanto os militares marchavam triunfantes e nos salvavam das garras do comunismo ateu, eu meditava calmamente sobre o destino da humanidade no colo de Tia Tutu. No sentido anti-horário: minha irmã Lia, meu irmão do meio Tito e o mais velho, Creso, é, Cris, esse mesmo que foi teu professor de cardiologia. Pode-se ver também, na diagonal da foto, a marca da Profecia apontando para o futuro Anticristo. Posted by Hello

FIHQ COMIGO


Semana que vem tou dando oficina de caricatura lá na Malakoff. Isto é, se eu conseguir acordar: começa às nove da madrugada!!! Posted by Hello

quinta-feira, junho 9


JC/08/junho/2005 Posted by Hello

quarta-feira, junho 8

"Brevity is the soul of wit."

WILLIAN SHAKESPEARE

"O melhor dos bens é o que se não possui."

MACHADO DE ASSIS

"O bastante é muito pouco."

MILLÔR FERNANDES

"Hell hath no fury like a scorned woman."

WILLIAN SHAKESPEARE

"Viver é muito perigoso."

GUIMARÃES ROSA

segunda-feira, junho 6

THE LINE KING


Mais trelas de tio Al: Hepburn e Bogart em "African Queen". Pra quem não sabe, uma curiosidade: ele escondia em todos os seus desenhos uma ou mais vezes a palavra "Nina", que era o nome da sobrinha querida dele. Ao lado da assinatura ele botava um numerozinho, que era a quantidade de vezes que ele tinha escrito, pro cristão não ficar louco procurando o resto da vida ninas inexistentes. Achar os "Ninas" virou um passatempo dos leitores do jornal de domingo. Esse desenho veio sem a assinatura, mas assim mesmo clique pra ampliar e divirta-se. Eu já tou vendo uma nesse, e no de Casablanca também...Posted by Hello

domingo, junho 5

THAT'S AL, FOLKS!


Pra comemorar que agora entrei em definitivo na era da imagem, um tributo a Al Hirschfeld, meu ídolo e caricaturista máximo.
Al morreu no ano passado às vésperas de completar 100 anos, depois de se divertir por mais de 70 como cartunista do New York Times.
Here's looking at you, kid!
Posted by Hello

RAZOR BLAINE


Ugarte: You despise me, don't you?
Rick Blaine: If I gave you any thought, I probably would. Posted by Hello

sábado, junho 4

AMOR ABSOLUTO E INCONDICIONAL

Hoje amanheci com fome de alguma coisa que eu não sabia o que era. Você conhece a sensação, né? Abri a geladeira e minha faxineira tinha deixado uma sopa cremosa. Como ela sabia? Acho que vou pedi-la em casamento semana que vem.

sexta-feira, junho 3

JURAVIT DOMINUS ET NON POENITEBIT EUM:

Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech.

quinta-feira, junho 2

MINUTOS DE SABEDORIA

"One of the greatest joys of life is scarfing on junk food."
Snoopy

TEMPESTADES DE INVERNO

Recife é a única cidade do mundo que fica mais alegre quando chove.

quarta-feira, junho 1

PRELIMINARES

Domingo foi dia de passeata, de gay em Sampa e de macho em Timba. Centenário de nascimento do fundador do Colégio Timbaubense, onde aprendi a ler, escrever e fazer as três operações. Reencontrei as minhas duas primeiras professoras, a do Preliminar A e a do Preliminar B, meus dois primeiros delírios eróticos, nessa ordem.

O CHAMADO DA NATUREZA

Eu daria meu braço esquerdo (sou canhoto) pra sentir, por um dia que fosse, a institiva ânsia feminina de ter filhos. Pela quantidade de gente que tem no mundo, deve ser um impulso muito forte.

DE CARTEIRINHA E CRACHÁ

O chato profissional é aquele que quanto mais quer ser simpático mais chato fica.

O HORROR DE DRÁCULA

Preciso acabar com esse negócio de só ir dormir quando amanhece o dia.