sábado, julho 30

TURN ON YOUR RECEIVER

THIS IS CAPTAIN HOOK AND THE SOUND OF THE SEVENTIES OW YESSSSAH THOSE WERE THE DAYS IN A MINUTE WE'LL BE BACK WITH MOAH CLASSICS ON YOAH RADIOW...

quarta-feira, julho 27

TIGRES DE PAPEL

Não tem nadíssima de nada a ver com Pulp Fiction, Mardy. A anta que disse isso disse só porque no Sin City têm também ultraviolência, ou disse meramente pra promover o filme. Então, se é assim, poderia ser também considerado o novo Laranja Mecânica.
Sin City, a história em quadrinhos, é uma graphic novel influenciada pelo claro-escuro preto-e-branco de Will Eisner, o criador do Spirit, e pelas novelas policiais noir de Raymond Chandler, criador do Sam Spade/Falcão Maltês. Todo o mérito do filme é visual, se reduz à fidelidade com que o grafismo chapado da história em quadrinhos original é levado à tela. Eles nem fizeram roteiro, se limitam a citar os diálogos direto das páginas, e é um clichê atrás do outro. O universo de Sin City-o filme- não tem vínculo com a realidade do cotidiano, é um universo de personagens impessoais, de símbolos e signos estereotipados (nisso também eles foram fiéis ao original), ao contrário de Pulp Fiction, que era o dia a dia de gângsters encarados como pessoas normais. A ultraviolência de Sin City (o filme e o quadrinho) é inócua e amoral, não choca e não dói porque não tem conexão direta com nós do lado de cá. É de papel, faz no máximo a platéia rir esperando qual o próximo limite a ser atingido. Mas vou ver de novo, vale pelo impacto visual.

DE PUTA EU ENTENDO

Olhaí, eu não disse? O nome da atriz que faz Sue Storm no F-4 é Jessica Alba, e adivinha de que ela faz papel em Sin City? Já quem entende de veado é Cris, ela conseguiu desenterrar Rutger Hauer debaixo das rugas do Cardeal gay, e eu jurava que era Christopher Walken.

domingo, julho 24

VISIBLE LIKE A NEON SIGN

E já que Cris falou do Batman Begins no seu palpitante confessinário, venho aqui deixar o meu protesto, representando uma parte considerável da ala masculina, contra a cara de puta da Penthouse de Sue Storm do Quarteto Fantástico. Como assim, is that supposed to be sexy? Sue Storm era pra ser no máximo algo como Gwyneth Paltrow (ê, nominho...), e não aquela quenga, whoever she is. Reed Elástico Richards está perfeito, embora tiveram medo de carregar no grisalho das laterais, Ben Grimm também tá ótimo, o Tocha vá lá que seja, atualização do rebelde sem causa dos anos 60, mas Sue, qq issu, minha gente, apelaram feio, feio... zero phisique du role (é assim que se escreve, Bia?).

A RESPOSTA DA SEMANA

"Apaixonar-se é fundar para si uma religião com um deus falível."
Jorge Luis Borges

quarta-feira, julho 20

PERGUNTA DA SEMANA

Se apaixonar é uma decisão do cérebro ou do coração?

terça-feira, julho 19

GÖTTERDAMERÜNG

Em meados da década de 90 eu trabalhei como ilustrador no setor de Imprensa do Sindicato dos Bancários de PE, sindicato ligado à CUT e consequentemente todos os seus dirigentes ligados ao PT. Pude ver de perto o saco de gatos de tendências e correntes dentro do partido se digladiando, as duas principais sendo a Convergência Socialista, ala xiita do estilo de Heloísa Helena, e a moderada Articulação, que foi a corrente vencedora que levou Lula ao poder. Se Lula ao assumir a presidência rompesse com o FMI, bandeira histórica do PT, quebrava o país, se não rompesse, rachava o PT. Não deu outra, Lula não é louco e não seguiu a cartilha do PT, que obviamente rachou e a corrente majoritária expulsou os xiitas helênicos. Nunca fui de esquerda, apesar de barbudo e chargista, votei em Mário Covas em 89 (em Lula no segundo turno porque Maceió é muito perto do Recife pra Collor me enganar), FHC duas vezes, na primeira fui demitido do Sindicato, e Serra. Pra continuar a política econômica de FHC, era melhor o sucessor do original. O pior que poderia acontecer ao PT seria assumir o poder, deixar de ser estilingue e virar vidraça. Dito e feito. Mas confesso que não me passou pela cabeça que fossem se extraviar de modo tão sublime.

THE SUNNY SIDE OF THE STREET

Desisti definitivamente de ser infeliz quando, na adolescência, li Sartre. Ou, pra ser mais exato, quando li na contracapa de uma edição de "A Náusea" (Editora Record, se não me engano) Sartre declarando que, do ponto de vista estritamente literário, "A Náusea" foi o que ele de melhor produziu. Hã?!? Como assim? Depois de negar o sentido de tudo, de demolir impiedosamente a arte e o amor e reduzir a totalidade das coisas a um amontoado de formas indecifráveis, ele me vem fazer análises literárias? Mas que filho da puta! E eu lá sofrendo durante o livro todo feito um tabacudo. Ao escrever a derradeira frase ele teria que ter metido uma bala na cabeça, como Hemingway, e não ficar lambendo o prato em que cuspiu.
Kafka, cuja angústia se tornou um adjetivo universal, não suicidou-se, mas pelo menos no fim da vida ele pediu a Max Brod que queimasse todos os seus escritos. Max, obviamente, cometeu a indelicadeza de não atender a esse último desejo do amigo. A filosofia, no bom sentido original de ter tesão em raciocinar e prazer de chegar a alguma conclusão, morreu com os Iluministas, embora tenha quem diga que há traços de existencialismo no pré-kantiano David Hume. Depois que Kierkegaard deu o salto de fé para o vazio e Kant fez a crítica da razão pura, tudo virou, como disse Freud no seu epistolário, uma lamentável embrulhada intelectual. Pois quando eu, perplexo, li essa tal contracapa, embrulhei Sartre e sua náusea numa angústia só, mandei ambos pra putaquiupariu e fui passear de bicicleta na Jaqueira. Existencialismo my ass.

quarta-feira, julho 13

HEARTBREAKER (Plant/Page)

Well, it’s been ten years and maybe more
Since I first set eyes on you;
The best years of my life gone by,
Here I am alone and blue.
Some people cry and some people die
By the wicked ways of love;
But I’ll just keep on rollin’ along
With the grace of the Lord above.

segunda-feira, julho 11

NÁUFRAGOS EM GALÁPAGOS

Creio que as três ou quatro pessoas que me lêem esse periódico narcisístico já desconfiaram que uma das minhas obsessões filosóficas é questão da liberdade, também conhecida como livre arbítrio. É possível, por exemplo, um macho da espécie ir pra uma noite de balada sem se sentir na obrigação de acasalar? Uma instituição que encontrei bastante solidificada quando voltei ao mercado livre foi a do "ficar", verbo que pode significar desde beijar na boca no barzinho até fazer 69 no motel, por uma noite apenas e nada mais. Os machos tendem a tratar o sexo, ou seja, "agarrar" alguém como o Santo Graal, o alvo maior da noitada, o máximo multiplicador comum da diversão, o fim que justificaria todos os meios, ou até mesmo o fim que dispensaria os meios. Dizer que foi pro show do Deep Purple é muito legal, mas ir e ainda conseguir "ficar com uma gata" é a coisa mais invejável, o bem maior, o nirvana, o éden, o paraíso, o show fica em segundo plano, mero pretexto para a caça. Mesmo que a caçada seja uma chata que só fala besteira ou sobre ela própria, ou ambos combinados. Outro dia fomos pra uma festa de aniversário e um amigo nosso mal chegou já foi se agarrando e sumindo nos bastidores com uma garota. No outro dia ficamos todos admirados, chamando ele de "The Flash", o gatilho mais rápido do oeste, etc., e ele sorria todo orgulhoso. Semanas depois, num momento de fraqueza, confessou que na verdade ficou com inveja de nós, que ficamos dançando, conversando e gargalhando lá embaixo, ou seja, curtindo a festa, e ele lá por cima, cumprindo as suas obrigações sociais. Para que as mulheres que me lêem entendam melhor essa questão da competição entre os machos, transcrevo aqui uma anedota que a sintetiza com perfeição:

"Um navio naufraga e um homem e uma mulher sobreviventes nadam até uma ilha deserta. Depois de tomar fôlego, o homem vê que a mulher é Gisele Bündchen, em carne e osso. Aí, claro, a ilha com fartura de côcos, peixe à vontade, e mais nada pra fazer, começaram a trepar em todas as posições possíveis e imagináveis. Depois de horas de suruba, o sujeito começa a ficar meio nervoso, dizendo que estava faltando alguma coisa. Gisele diz que faz tudo que ele quiser e imaginar.
-Faz o seguinte: prende o cabelo atrás e bota esse boné.
Ela obedece submissa.
-Agora corta um pedaço do cabelo e faz um bigode.
Ela obedece submissa e excitada.
-Agora dá a volta na ilha e me encontra do outro lado.
Ela obedece submissa, excitada e intrigada.
Quando chegam do outro lado da ilha, ele a agarra pelo braço, bota a boca na orelhinha dela e sussurra:

-Cara, tu não sabe quem eu tou comendo...

quarta-feira, julho 6

HUM! >:(

Mau humor. Muito mau. Uma coisa que me tira o bom é mudarem o meu local de trabalho onde vou desde janeiro de 1989. E técnicos de informática enrolados pra botar uma rede pra funcionar. E arquitetos que projetam bancadas que deixam o teclado debaixo do monitor pra senhora mãe dele digitar. E scanners gigantescos de 60 mil dólares que levam décadas pra escanear uma charge. Mau humor de um Batman no telhado, dizendo pro policial corrupto: "Do I look like a cop?" Vontade de ter um raio desintegrador daqueles dos tripods do "Guerra dos Mundos" e desintegrar todos os técnicos de informática, todos os arquitetos e todos que pegaram os melhores armários antes de mim.