segunda-feira, julho 11

NÁUFRAGOS EM GALÁPAGOS

Creio que as três ou quatro pessoas que me lêem esse periódico narcisístico já desconfiaram que uma das minhas obsessões filosóficas é questão da liberdade, também conhecida como livre arbítrio. É possível, por exemplo, um macho da espécie ir pra uma noite de balada sem se sentir na obrigação de acasalar? Uma instituição que encontrei bastante solidificada quando voltei ao mercado livre foi a do "ficar", verbo que pode significar desde beijar na boca no barzinho até fazer 69 no motel, por uma noite apenas e nada mais. Os machos tendem a tratar o sexo, ou seja, "agarrar" alguém como o Santo Graal, o alvo maior da noitada, o máximo multiplicador comum da diversão, o fim que justificaria todos os meios, ou até mesmo o fim que dispensaria os meios. Dizer que foi pro show do Deep Purple é muito legal, mas ir e ainda conseguir "ficar com uma gata" é a coisa mais invejável, o bem maior, o nirvana, o éden, o paraíso, o show fica em segundo plano, mero pretexto para a caça. Mesmo que a caçada seja uma chata que só fala besteira ou sobre ela própria, ou ambos combinados. Outro dia fomos pra uma festa de aniversário e um amigo nosso mal chegou já foi se agarrando e sumindo nos bastidores com uma garota. No outro dia ficamos todos admirados, chamando ele de "The Flash", o gatilho mais rápido do oeste, etc., e ele sorria todo orgulhoso. Semanas depois, num momento de fraqueza, confessou que na verdade ficou com inveja de nós, que ficamos dançando, conversando e gargalhando lá embaixo, ou seja, curtindo a festa, e ele lá por cima, cumprindo as suas obrigações sociais. Para que as mulheres que me lêem entendam melhor essa questão da competição entre os machos, transcrevo aqui uma anedota que a sintetiza com perfeição:

"Um navio naufraga e um homem e uma mulher sobreviventes nadam até uma ilha deserta. Depois de tomar fôlego, o homem vê que a mulher é Gisele Bündchen, em carne e osso. Aí, claro, a ilha com fartura de côcos, peixe à vontade, e mais nada pra fazer, começaram a trepar em todas as posições possíveis e imagináveis. Depois de horas de suruba, o sujeito começa a ficar meio nervoso, dizendo que estava faltando alguma coisa. Gisele diz que faz tudo que ele quiser e imaginar.
-Faz o seguinte: prende o cabelo atrás e bota esse boné.
Ela obedece submissa.
-Agora corta um pedaço do cabelo e faz um bigode.
Ela obedece submissa e excitada.
-Agora dá a volta na ilha e me encontra do outro lado.
Ela obedece submissa, excitada e intrigada.
Quando chegam do outro lado da ilha, ele a agarra pelo braço, bota a boca na orelhinha dela e sussurra:

-Cara, tu não sabe quem eu tou comendo...

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mas não é que eu estava pensando logo nisto no final de semana? Observando o comportamento doidivanas dos machos da espécie! Hahaha

7:52 AM, julho 12, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Afora a piadinha cretina, essa do comportamento macho é uma das mais velhas constatações, né não? Machos são machos, desde os primatinhas cabeludos. Idem para fêmeas. E tem muita fêmea por aí que só vai na mesma festinha pra ser "agarrada". E digo mais: tem muita fêmea por aí que vai, PRA MESMA FESTINHA, agarrar. E machos da espécie, sensíveis e delicados, que aguardam pela princesa encantada. O mundo é muito louco mesmo. E como diria John de Yoko, it's all sex.

9:27 AM, julho 12, 2005  
Blogger Blogart said...

Epa, senti aí uma indireta pra minha humilde pessoa. Bia, sempre que tu botar esse perfume francês eu vou tentar te agarrar. Como tu não sai de casa sem ele...

4:46 PM, julho 12, 2005  
Blogger Blogart said...

Mardyta, essa piada é genial. O vagabundo que tava coçando o saco e inventou-a deveria se aposentar e viver só de direitos autorais. E uma coisa nos distingue dos primatinhas cabeludos: eles não curtem Deep Purple. Aí é que está toda a problemática da coisa. Quantos às fêmeas, espero ler sobre elas naquele blog que ostenta o cartum "WHAT MAKES ONE A HOMEGIRL?".

4:58 PM, julho 12, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com o diferencial do "Deep Purple". Mas esse não é o problema, e sim a saída! Afinal de contas, o que seria da raça humana se não fosse o Marvin Gaye? Não posso nem precisar isso...

QUANTO a problemática das fêmeas, pergunte à macaca, hehe!
beso*

5:49 PM, julho 12, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Eita, então fica difícil... hehe
Não foi indireta pra tu, rapá. Mas se a carapuça serviu... ahaha
Escrevi um post e coloquei um link para este post teu... :P
Mas tb nao foi uma indireta.
bjs

8:46 AM, julho 13, 2005  
Blogger Blogart said...

Eitam, deixa eu ver.

8:56 PM, julho 13, 2005  

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