segunda-feira, dezembro 11

UMA GATA BORGIANA

Ontem, depois de tomas uns chopes com Brunorote e Charlotte, fui finalmente buscar Molina. Eram umas onze da noite já, os meninos provavelmente já estariam dormindo. Não estavam, mas já estavam conformados, e até ajudaram nos vãos esforços de encaixotar Molina. Não deu, teve de ser na base do cesto de roupa suja de novo. Passei na Select e comprei comida de gato em grãos e em lata, um litro de leite integral, e segui pra casa, Molina chiando muito como sempre por causa do movimento do carro. Quando chegamos e eu cortei os barbantes que seguravam a tampa do cesto, a primeira providência dela foi pular para cima da jardineira da varanda e daí para a jardineira da varanda da vizinha. Chacoalhei a comida numa vasilha e ela veio, comeu, bebeu leite e voltou pra varanda da vizinha. Botei a caixa de areia na jardineira da varanda e fui tomar banho. Quando saí, ela já estava fazendo um reconhecimento do novo lar, felizmente o meu, não o da vizinha. Farejava a tudo e a todos, pé ante pé, com pequenos sobressaltos quando eu fazia algum barulho. Farejou os livros, farejou os cds, sumiu por detrás da estante da televisão, sumiu por detrás do balcão da cozinha, sumiu por debaixo da cama, se enroscou nos fios do computador, e voltou pra jardineira da varanda. Ouviu uma sirene de ambulância e ficou seriamente preocupada, olhado fixamente para baixo. Depois ouviu ruído de briga de gatos nos telhados da Rua da Aurora e considerou a hipótese de ir conferir in loco. São nove andares, Molina, mais colunas e sobreloja, o que deve equivaler a onze, não me vá se tornar a sétima suicida do edifício. Quase decido a fechar a varanda e trancá-la do lado de dentro, mas não, ela já é adulta, responsável pelos seus atos, sabe o que faz. Quando me viu no sofá, veio e se enroscou nas minhas pernas. Depois, mais relax, foi farejar tudo de novo, e saltou para dentro de um novo cômodo que encontrou. Não conseguiu entrar porque era o enorme espelho da sala. Quebrou a cara e correu assustada pra jardineira da varanda, o seu porto seguro no novo labirinto que habitava. Quase morri de rir, mas fui dormir preocupado, pensando que no outro dia talvez desse com a trágica notícia da morte de uma linda gata siamesa que saltou para o vazio. Acordei com ela na cama dormindo ao meu lado.

9 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Adoro gatos, mas infelizmente não tenho nenhum no momento. Mãe alérgica.
São incríveis, o último que tive tb era siamês e se chamava fellini.
E atendia pelo nome. rs

4:31 PM, dezembro 11, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Eita, já no primeiro dia dormiu na tua cama? Mas que oferecida!
Depois conta mais desta gata. :))) Que inveja. Queria tanto um persa. : /

8:33 PM, dezembro 11, 2006  
Blogger Blogart said...

Que foi que aconteceu com o coitado do Fellini, Vivi? Tua mãe fez churrasco e tamborim com ele?

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Oferecida e tarada, deu agora pra cheirar minhas cuecas. Bia, Molina é siamesa, é o mesmo que persa? Ah, não, lembro agora, persa é peludão. Se eu arranjar um na máfia dos adotadores, eu te dou.

9:39 PM, dezembro 11, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Minha mãe não deixa
:(((((((((
Minha professora de francês tinha uma gata siamesa. Era engraçado, ela reclamava com a gata em francês. Hehehe

10:44 PM, dezembro 12, 2006  
Blogger Blogart said...

Isso é que é uma gata podrê dê chiquê!

12:32 AM, dezembro 13, 2006  
Anonymous Anônimo said...

blogart

Minha mãe não matou o gato não, apesar de ter morrido de morte matada.
Foi acidente de carro, bichinho!! :-(

Siamês é o que parece ser um gato de botas.rs

3:12 PM, dezembro 13, 2006  
Anonymous Anônimo said...

q lindo tio..
eu keru conhecer molina..
jah estou amando..
beijokinhas!!

5:29 PM, dezembro 16, 2006  
Blogger Blogart said...

Ih, é verdade! Gato de botas!

10:03 PM, dezembro 17, 2006  
Blogger Blogart said...

Ela está ansiosa pra te conhecer, Lilica!

10:04 PM, dezembro 17, 2006  

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