quinta-feira, outubro 26

FEBEAPÁ: Valei-me, São Stanislaw!

Só ouvindo muito Mozart mesmo pra não ser engolfado pelo tsunami de mediocridade que varre o país nesses dias que antecedem o desfecho do segundo turno. Há que ser forte e perseverar, só faltam 4 dias. Mas não quero falar disso, pra não entediar ainda mais as minhas queridas leitoras e leitor.

Falarei de assuntos mais amenos, mas nem pro isso menos exasperantes. Se eu ainda tinha alguma dúvida que os computadores têm vida própria e não obedecem a uma lógica muito rigorosa, ela se dissipou por completo nesse último mês. Um amigo meu do jornal comprou um computador novo e me ofereceu pra comprar o antigo, um Pentium III. Eu, que tinha deixado o meu ex-computador com a minha ex-mulher, já tinha comprado um Pentium sem graduação nenhuma, também conhecido como Lentium, a um outro amigo, e finalmente decidi que estava na hora de fazer um upgrade, embora não exatamente uma atualização top de linha, mas sempre desconfiei que atualizações top de linha são relativas. De quebra ainda viriam um scanner e uma impressora, mouse ótico e monitor de 17 polegadas, tudo pela módica quantia de 800 reais. Como estava meio sem grana, combinamos que eu pagaria a metade na entrega do produto, e quando voltasse das férias, pagaria o resto no meio da quinzena, porque quem volta de férias geralmente está pela hora da morte e não recebe dinheiro no fim do mês, no caso, no início do mês em que se volta a trabalhar, bem, vocês entenderam. Ainda estava entrando de férias, e seria interessante eu ter scanner em casa pra não ter que ir no jornal só pra fazer e enviar meus frilas. E eu pretendia doar o meu antigo pra minha faxineira, que tem duas filhas fissuradas em lan houses, na doce ilusão que conseguiria enviar no Dia das Crianças.

Isto posto, trouxemos a parafernália no meu carro e botamos o bicho pra rodar na minha casa. Lá estava ele, funcionando às mil maravilhas, quando meu amigo notou que o meu gravador de cd que estava no Lentium era mais rápido e mais atualizado do que o que estava no Pentium III. Resolvemos trocar.
Ah, pra quê? O Pentium III ficou ofendidíssimo com esse desaforo e simplesmente não reconheceu o gravador de cd novo, no caso, o velho, bem, vocês entenderam. Por mais que o meu amigo fuçasse nas suas entranhas, ele se recusava a sequer tomar conhecimento da existência de um novo hardware. Depois de horas de puxa e encolhe, resolvi ligar pro técnico que me vendeu o meu monitor velho, que no caso também era mais novo do que o que o meu amigo tinha me vendido, ia ficar com ele e enviar o novo, no caso o mais velho, pra meninas lan houseiras. Meu amigo conversou longamente em greco-informático com o técnico pelo telefone, e finalmente decidiram que não tinha jeito, o técnico tinha que ir ver a coisa in loco. Foi aí que o meu calvário começou. Quando ele chegou, me lembrou que o meu hd do Lentium era de 40 giga, que ele próprio tinha me vendido há alguns meses atrás, e o do Pentium III, embora rodasse o Windows XP, era só de 8. Vixe, agora complicou, eu preciso de um hd maior, eu trabalho com imagens pesadas. Faz o seguinte: leva esses dois bichos lá pro teu laboratório, troca os hds e bota o gravador de cd pra funcionar. Beleza.

No outro dia, eu fui lá no laboratório do técnico, e ele estava lá já com outro técnico, aparentemente mais sabido ainda do que ele, ambos debruçados sobre o Pentium III, com cara de quem não estavam entendendo nada. Fui comunicado que o Pentium estava com um overclock, que não era 450 MHz coisíssima nenhuma, mas na verdade um 300 MHz, até porque não existiam Pentiuns 450 MHz. E que o Pentium III não reconhecia hds com mais de 8 giga. E que, para que o Pentium reconhecesse o hd de 40 giga, era necessário alterar a BIOS, coisa que não se faz, sob pena de todos os deuses da informática ficarem furiosos e explodirem de vez com a máquina. E que, devido ao overclock, o computador nem ligando estava mais. Fiquei furioso, disse que eles tinham que me entregar o computador funcionando, que ele estava funcionando antes de tirarem lá de casa, etc, etc. No outro dia, o técnico me liga, e diz que o computador voltou à vida e acordou pra Jesus, e que estava levando lá em casa. Quando chegou e ligou tudo, ele reconhecia já o gravador de cd, mas não ligava a mínima pra impressora. E o Windows XP supostamente já tem embutido dentro dele tudo quanto é drive de tudo, é a oitava maravilha do mundo. Pois não teve jeito, quatro horas depois, nem o drive do XP nem o de site nenhum do planeta conseguiu botar a impressora pra imprimir. O técnico, por sua vez, liga pro meu amigo. Depois de alguns escassos minutos de informatiquês, a coisa degenerou para insultos pessoais, de incompetente e burro pra baixo. Antes que botassem a mãe no meio, resolvi apartar a briga, enxotei o técnico, peguei as duas máquinas, levei numa loja de informática, disse pro cara lá fazer um overclock e alterar a BIOS, e instalar Windows 98 nos dois, ele disse sim senhor, peguei o Pentium III de volta, mandei o Lentium pras meninas e a todos os técnicos de informática pra puta que os pariu.

4 Comments:

Blogger Mandrey said...

huahuahauhauahauhaua!!!!!!

Essa foi ótima, meu ídolo! quase "travei" de tanto rir!!! Esses lances de informatiquês realmente são fogo. Tou com meu micro morto-vivo lá em casa porque a data da bios foi alterada e deu conflito quando o ruindows roda. Mas é isso aí... graças ao informatiquês temos novas gírias no mercado, como o Ctrl + S (para "salvar" o irmão).

Um abração! acredito que sou o teu único leitor?

9:52 AM, outubro 26, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Duas observações:
1) Essa coisa de computador é muito ruim mesmo, a minha impressora até hoje só funciona no modo básico, pq drive que é bom ela também nunca deixou eu instalar no WinXP (e nem o WinXP resolveu ser legal com ela). Imprime só. Mas tá bom, né?
2) Se as filhas da empregada são lan houseiras isso DEVE significar que: a) tens empregada e therefore b) não rolam mais as baratinhas circulando pela casa noite adentro. Certo??? Se sim, aleluia!!!


p.s.: Compre um mac.

beso

1:27 PM, outubro 26, 2006  
Blogger Blogart said...

Mandra, eu me referia exatamente à Vsa. Excia., pelo menos é o único que comenta.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Mardyta, eu sempre tive empregada, desde que me separei eu trouxe a nossa faxineira de herança. As baratinhas não existiam por falta de higiene na cozinha, mas por falta de um veneno mais possante, que só as dedetizadoras têm.

Mac, vade retro! Sou vacinadíssimo!

3:26 PM, outubro 26, 2006  
Anonymous Anônimo said...

tio miguel..
eu q kuase n tenho crise de risos..
q vc muito bem sabe..
tive mais de cem milhões, dessa vez..
q saga foi essa?? sabia q pc era complicado, mas assim jah eh demais!!
hauhuahauhauha

7:59 PM, novembro 09, 2006  

Postar um comentário

<< Home