OS NOMES DAS ROSAS
Há muito tempo atrás, numa galáxia mui distante, quando eu participava de salas de bate-papo no Mirc, nunca pude compreender o porquê de, no início de uma conversa privada, algumas mulheres me perguntarem o meu verdadeiro nome. Sinceramente não posso atinar qual a diferença que poderia fazer se o meu nome fosse João, José, Severino, Sebastião, ou fosse de fato o nick que estava lá no vídeo dela, Manchanegra, Allan Byck ou cousa que o valha. Fosse eu um imbecil ou um semideus, eu o seria muito bem com qualquer nome. Eventualmente, se a coisa evoluisse para um relacionamento ao vivo e a cores, seja namoro ou simples amizade (talvez eu devesse dizer amizade ou simples namoro, geralmente amizade dura mais), ela poderia me chamar pelo meu nome verdadeiro até se cansar. Talvez todas elas se considerassem assim meio bruxas, aprendizes de alguma espécie de numerologia gráfico-sonora, e pelo som do nome poderiam adivinhar se o homem era fiel e pela configuração das letras se era bom de cama. É possível, o problema é que toda vez que uma mulher me diz que é meio bruxa eu fico meio brocha.
Pode-se afirmar, sem medo de errar, que o nome das coisas e das pessoas é mais importante para as criaturas que vêm de Vênus do que para os criaturos que vêm de Marte. Mas o que realmente me levou a escrever sobre isso foi o duplo branco que me deu domingo passado, quando fui pra Toca da Joana pra ouvir o blues da El Mocambo. Simplesmente sumiu, momentaneamente, o nome de duas amigas minhas, as quais costumam ir pra tudo que é de festa comigo e as quais eu estava querendo apresentar exatamente naquele momento a Naara, que tinha ido comigo. "-Essa é Naara, e essa é... ahn... Naara com dois "a"... e essa é..." e nada, o jeito foi fazer uma mesura com a mão, como a indicar uma nova norma de etiqueta recém-aprendida em Londres, segundo a qual o apresentado é que tem que dizer o próprio nome. Deve ter colado, porque as minhas amigas continuam falando comigo. Só não fui pro psiquiatra no dia seguinte porque este sestro não é novo, mas já useiro e vezeiro do meu cérebro caduco. Ou talvez por isso mesmo devesse ir. Outra vez fui apresentar pro pessoal da banda um grupo de amigas, e na hora de apresentar justamente a que eu estava mais interessado, o nome sumiu. Tive que me sair com essa: "-E essa aqui é... dã... a nossa musa!"
Crê-lo-eis, pósteros? Como alguém pode esquecer o nome da própria paquera? Grave, grave. Essas foram as mais bandeirosas, mas eu sigo na vida esquecendo o nome de tudo e de todos. Quando faço uma nova amizade, tenho que perguntar pelo menos umas cinco vezes o nome da vítima até que se me faça a conexão no juízo do nome com a pessoa. Em compensação, cara leitora, se formos apresentados hoje, se daqui a um mês nos reencontrarmos, eu lembrarei do que você estava vestindo, as cores da sua roupa, se usava brinco ou colar, se usava anel no indicador ou no polegar, se tinha correntinha no tornozelo e a sua opinião sobre arte, política e religião. Só não lembrarei o seu nome.
Esse negócio de nome é coisa de mulher, aliás foi pra isso mesmo que ela foi criada. Não foi pra comer maçã e ser comida por Adão coisa nenhuma, Deus poderia muito bem fazer Adão se autoduplicar, como as amebas. Adão ia muito bem no paraíso, todo lépido e fagueiro, até quando Deus resoveu arranjar uma lavagem de roupa pra ele, que andava muito folgado: ele teria que dar, literalmente, nome aos bois. Foi quando Adão se sentiu desesperado, e Deus viu que ele precisava de ajuda. Senão vejamos:
19-Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome.
20-Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, ó aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21-Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;
22- e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
(Gênesis 2: 19-22)
Estão vendo? Deus só notou que Adão precisava da ajuda de uma mulher na hora de dar o nome das coisas. Como pôde isso escapar à teologia durante tanto tempo?
Mas o record dos records foi o de João Bita, fotógrafo da velha guarda do JC. Ele tinha já dois anos de casado(!), e casou com uma amiga de infância (!!), e que era vizinha dele(!!!). Foi comprar um fogão, e quando a atendente perguntou o nome do cônjuge, ele esqueceu. Esqueceu e não teve jeito, teve que ficar sem o nome da esposa na nota fiscal das prestações, ou seja lá pra que era que se precisava de nome de cônjuge antigamente pra se comprar um fogão. Só conseguiu lembrar depois que saiu da loja, aí ficou muito preocupado e procurou um médico. O médico mandou ele relaxar e ir pra casa tranqüilo, dizendo que isso era bem mais comum do que ele imaginava. Ainda bem que tem gente por aí bem pior do que eu.
Pode-se afirmar, sem medo de errar, que o nome das coisas e das pessoas é mais importante para as criaturas que vêm de Vênus do que para os criaturos que vêm de Marte. Mas o que realmente me levou a escrever sobre isso foi o duplo branco que me deu domingo passado, quando fui pra Toca da Joana pra ouvir o blues da El Mocambo. Simplesmente sumiu, momentaneamente, o nome de duas amigas minhas, as quais costumam ir pra tudo que é de festa comigo e as quais eu estava querendo apresentar exatamente naquele momento a Naara, que tinha ido comigo. "-Essa é Naara, e essa é... ahn... Naara com dois "a"... e essa é..." e nada, o jeito foi fazer uma mesura com a mão, como a indicar uma nova norma de etiqueta recém-aprendida em Londres, segundo a qual o apresentado é que tem que dizer o próprio nome. Deve ter colado, porque as minhas amigas continuam falando comigo. Só não fui pro psiquiatra no dia seguinte porque este sestro não é novo, mas já useiro e vezeiro do meu cérebro caduco. Ou talvez por isso mesmo devesse ir. Outra vez fui apresentar pro pessoal da banda um grupo de amigas, e na hora de apresentar justamente a que eu estava mais interessado, o nome sumiu. Tive que me sair com essa: "-E essa aqui é... dã... a nossa musa!"
Crê-lo-eis, pósteros? Como alguém pode esquecer o nome da própria paquera? Grave, grave. Essas foram as mais bandeirosas, mas eu sigo na vida esquecendo o nome de tudo e de todos. Quando faço uma nova amizade, tenho que perguntar pelo menos umas cinco vezes o nome da vítima até que se me faça a conexão no juízo do nome com a pessoa. Em compensação, cara leitora, se formos apresentados hoje, se daqui a um mês nos reencontrarmos, eu lembrarei do que você estava vestindo, as cores da sua roupa, se usava brinco ou colar, se usava anel no indicador ou no polegar, se tinha correntinha no tornozelo e a sua opinião sobre arte, política e religião. Só não lembrarei o seu nome.
Esse negócio de nome é coisa de mulher, aliás foi pra isso mesmo que ela foi criada. Não foi pra comer maçã e ser comida por Adão coisa nenhuma, Deus poderia muito bem fazer Adão se autoduplicar, como as amebas. Adão ia muito bem no paraíso, todo lépido e fagueiro, até quando Deus resoveu arranjar uma lavagem de roupa pra ele, que andava muito folgado: ele teria que dar, literalmente, nome aos bois. Foi quando Adão se sentiu desesperado, e Deus viu que ele precisava de ajuda. Senão vejamos:
19-Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome.
20-Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, ó aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
21-Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;
22- e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
(Gênesis 2: 19-22)
Estão vendo? Deus só notou que Adão precisava da ajuda de uma mulher na hora de dar o nome das coisas. Como pôde isso escapar à teologia durante tanto tempo?
Mas o record dos records foi o de João Bita, fotógrafo da velha guarda do JC. Ele tinha já dois anos de casado(!), e casou com uma amiga de infância (!!), e que era vizinha dele(!!!). Foi comprar um fogão, e quando a atendente perguntou o nome do cônjuge, ele esqueceu. Esqueceu e não teve jeito, teve que ficar sem o nome da esposa na nota fiscal das prestações, ou seja lá pra que era que se precisava de nome de cônjuge antigamente pra se comprar um fogão. Só conseguiu lembrar depois que saiu da loja, aí ficou muito preocupado e procurou um médico. O médico mandou ele relaxar e ir pra casa tranqüilo, dizendo que isso era bem mais comum do que ele imaginava. Ainda bem que tem gente por aí bem pior do que eu.
10 Comments:
Tem que tomar Ginko Biloba!!!! Eu disse Biloba. hahahaha. Não tenho esse problema de memória, afinal, os elefantes nunca esquecem...
Tu lembra meu nome? :P Olha aí no pé do comment.
eita, em cima.
É, mas os hipopótamos esquecem, pelo menos momentaneamente.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Agumas mulheres são inesquecíveis, Mariana, ôpa, digo, Fabiana.:P
Eu fiquei perguntando qual era o seu nome, naqueles idos tempos? Não lembro disso, mas é provável. Fato é que quando é pra escolher namorado eu sempre "caso os nomes" pra ver se fica bonitinho, e os sobrenomes pra ver se combinam. Mas nem sempre isso dá certo, né? Vide eu. Mas enfim, eu gosto dos nomes das pessoas, os reais e os imaginários. O meu imaginário eu gosto mais do que o meu real, mas vão me xingar muito na família se um dia eu botar esse nome numa pretensa criança que um dia, quiçá, nascerá. Mardoux, Margot e Maude, acredita nisso???? Coisa de bruxa. hahahahahhahahahahhaha
bj
Eita, que tríade! Ah, vão xingar muito mesmo, e as tuas filhas vão te xingar mais ainda quando crescerem.
Não, tu foste uma das poucas que não perguntaram, vai ver porque nunca quiseste namorar comigo. O que, convenhamos, nem foi de todo mau, naqueles idos tempos não tinha promoção da GOL e afinal eu nem curto tanto assim o som da U2...:PPP
Ahahahahahaha, olha o DESPEITO, hein???
Só porque eu sempre dei bola para derivados de Cuba!
beso*
Pois é, se eu soubesse tinha mudado meu nick pra Miguel_Castro!
RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR...
hahahahahahahahahaha!!! Calma, Madame Mim!
Postar um comentário
<< Home