quinta-feira, agosto 3

OSSOS DO OFÍCIO

CAUSO I:

Sexta passada fui com um bando de cartunistas fazer caricaturas ao vivo num evento de um banco, lá no Arcádia do Paço alfândega. Depois de todo mundo devidamente caricaturado, fiquei matando o tempo antes de dar a hora ir pro Jornal paquerando umas recepcionistas belíssimas, que ficavam atrás de uns computadores moderníssimos, fazendo exatamente nadíssima. Pelo menos foi o que elas me disseram, era só pose mesmo, decerto calculado pela organização pra dar um ar de eficiência e exatidão pra quem ia chegando. Pior é quando nem computador tem, é quando elas chamam "evento de poste", que elas ficam feito um poste paradonas lá de pé, no máximo dizendo mecanicamente um "seja bem-vindo", que, claro, nunca é respondido. Tinha uma que não parava de escrever o tempo todo no teclado, mas uma outra me revelou que ela estava escrevendo o próprio nome milhares de vezes. Narcisismo mandou lembrança. Pra se vingar, a que escrevia o nome me revelou que a outra, a que eu estava conversando mais animadamente, era ninguém menos que a Miss Pernambuco 2005. Me ajoelhei imediatamente aos seus pés e beijei a sua mão, eu nunca tinha nem visto uma Miss Pernambuco ao vivo, quanto mais ficar de prosa com uma. E fui logo perguntando: Tu namorasse com o governador? Ela riu e disse que não, que ele tinha parado na de 2003. Segundo ela, ele namorou com fulaninha de 2001, beltraninha de 2002, cicraninha de 2003 e aí aparentemente sossegou o facho, não fez o upgrade de 2004 nem de 2005.
Aí eu perguntei: "-E tu namoraria com ele?'
Ela: "-Deus me livre! Já viu ele de perto como é feio?"
Eu: "-Mas você tem que ver a beleza interior...!"
Ela: "-Pois é, eu soube que ele é muito legal, dia de domingo quem cozinha na casa dele é ele mesmo."

Ela acreditou que eu estava realmente falando da beleza interior do governador. Definitivamente as misses são desprovidas de qualquer malícia.


CAUSO II:

Deixei o carro em casa outro dia e peguei carona de táxi com um colega na volta pra casa. Passando pela Mário Melo, reduto e passarela dos travestis, o motorista do táxi nos conta que foi levar um passageiro em Olinda à noite, e, como é obrigatório, assim que cruza a fronteira imaginária entre as duas cidades ele tira o miador, ou seja, aquele luminoso escrito "TÁXI" de cima do carro, pra não levar um eventual multa. Depois de deixar o passageiro em casa, pára num sinal, e surgem do nada dois travestis, um com um estilete e outro com um revólver, e levam 60 reais e o celular. No outro dia, já tendo dado parte à polícia, ele liga pro celular e surpreendentemente o próprio travesti atende, e vai logo dizendo que não sabia que ele era taxista (os clientes do motorista devem ter ligado), que eles não faziam essas paradas com taxistas, e que não devolveria o dinheiro, claro, mas que ia devolver o celular. Marcou de deixar por trás de um orelhão num bairro distante, e o taxista foi lá e o celular estava lá mesmo. Está até hoje tentando convencer a mulher dele que essa história é a mais pura verdade, mas ela não acredita de jeito nenhum: "-Quem nunca viu ladrão devolver celular? Tu esquecesse foi na casa da tua rapariga, e agora vem com essa conversa pra cima de mim!"
Pois é, há bens que vêm pra males.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Hilário!!!! :P

6:07 PM, agosto 03, 2006  
Blogger Mandrey said...

SÓ NO MIGUÉ COM AS MODELOS! SÓ NO MIGUÉ NO FRILA DO BANCO! SÓ NO MIGUÉ COM O TAXISTA! devolve o dinheiro do rapaz!

12:42 PM, agosto 04, 2006  
Anonymous Anônimo said...

Devolver assim não, mas eu já comprei meu celular de volta do ladrão.
Ééééé... liguei pro meu número e negociei o preço ainda. Consegui reaver o celular não tão são, mas salvo. Quem quase me matou depois foi Kiko... hehehehe...

1:06 AM, agosto 05, 2006  

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