DEUS E O DIABO NA TERRA DA CHUVA
Finalmente vi ontem o último Woody. Comentário de uma patricinha para o namorado ao meu lado quando acabou: "minha amiga disse que o filme era ótimo, que o final era surpreendente, mas achei uma merda, muito monótono."
Mais um flerte de Woody com o cinema existencialista europeu, desta feita usando como tema central uma obsessão de suas entrevistas: a sorte. E o final não é surpreendente, em se tratando de Woody allen, ele também deixa o crime sem castigo em "Crimes e Pecados". O filme tem uma cara inicial de clichê hollywoodiano, e ironicamente insinua isso mesmo, botando uma americana pra fazer parelha com o lower class irlandês, em contrapartida com os irmãos grã-finos upper class ingleses . Os bárbaros invadindo a civilização, eterno complexo de inferioridade dos americanos, que nunca tiveram um rei, em relação ao pedantismo absolutista da monarquia inglesa.
Mas engana-se também quem achou que o crime ficou sem castigo: o castigo de Chris foi, como ele próprio afirma, justamente não ter castigo nenhum, e confirmar a sua teoria sobre um universo sem justiça divina e sem sentido, no qual, ele, sensível leitor de Dostoievsky, foi condenado a derramar eternamente "una furtiva lagrima". Um woody enxutíssimo, tanto em cenas quanto em diálogos, como em todos os woodys em que Woody não aparece nem pessoalmente nem caricaturado por outro ator. A novidade é que desta feita não é uma comédia a la Rosa Púrpura do Cairo, mas um no estilo Bergman no qual ele usualmente derramaria rios de complexos diálogos. Pena que ainda assim a patricinha não gostou.
Mais um flerte de Woody com o cinema existencialista europeu, desta feita usando como tema central uma obsessão de suas entrevistas: a sorte. E o final não é surpreendente, em se tratando de Woody allen, ele também deixa o crime sem castigo em "Crimes e Pecados". O filme tem uma cara inicial de clichê hollywoodiano, e ironicamente insinua isso mesmo, botando uma americana pra fazer parelha com o lower class irlandês, em contrapartida com os irmãos grã-finos upper class ingleses . Os bárbaros invadindo a civilização, eterno complexo de inferioridade dos americanos, que nunca tiveram um rei, em relação ao pedantismo absolutista da monarquia inglesa.
Mas engana-se também quem achou que o crime ficou sem castigo: o castigo de Chris foi, como ele próprio afirma, justamente não ter castigo nenhum, e confirmar a sua teoria sobre um universo sem justiça divina e sem sentido, no qual, ele, sensível leitor de Dostoievsky, foi condenado a derramar eternamente "una furtiva lagrima". Um woody enxutíssimo, tanto em cenas quanto em diálogos, como em todos os woodys em que Woody não aparece nem pessoalmente nem caricaturado por outro ator. A novidade é que desta feita não é uma comédia a la Rosa Púrpura do Cairo, mas um no estilo Bergman no qual ele usualmente derramaria rios de complexos diálogos. Pena que ainda assim a patricinha não gostou.
7 Comments:
Pobrema dela!!!!
=þ
Acho que vou andar com uma caixinha pendurada nas costas, "Ajude a Nanda a ir ao cinema".
Ou então faço como Débora e viro Puliça Federal pra poder ver filme de graça.
*sigh*
Perabulando, perambulando, acabei chegando aqui. Lí, gostei, vim de novo... "Só sei que foi assim"
Thyrza
Ô Nandoca, cara de pipoca, como diz Dayse, e eu que tava procurando alguém pra ir comigo, só que eu não tenho o teu celular.
Cáspite, mais uma leitora! E com nome de heroína de quadrinhos da década de 40: Thyrza, a Rainha das Selvas! Volte sempre, querida, a casa é sua...:)
Não seja por isso! Já te liguei antes, mas tu nem anotou o número. Vou ligar de novo não, qualquer coisa tu olha, como diria Luluca, no meu pró-filé do Orkut.
=]
Oxe, e tu ligasse pra mim quando?
Postar um comentário
<< Home