quinta-feira, dezembro 15

DUBIOUS FANTASY

É realmente uma grande pena que Mark Chapman não tenha matado Yoko ao invés de John. John merecia no máximo um tiro na bunda, pra deixar de ser bundão. E outra vantagem é que não estariam nos enchendo o saco mil anos depois com documentários xaroposos, como falou Mardoux no seu bloguinho azul, e aquela megera indomável ainda continuando vagando por aí lépida e fagueira (Yoko, não Mardoux), se fingindo de viúva. Se nos enchem o saco hoje, minhas caras e jovens leitoras, vocês não fazem idéia da chateação que foi isso em 1980. Tocava "Imagine" até em terreiro de macumba. Eu tinha uma namorada nessas priscas eras que nunca tinha ouvido falar de John Lennon na sua curta vida. No máximo sabia vagamente do que se tratava os Beatles. Lembrai-vos que era outro John, o Travolta, que pontificava nesta época. Pois fizeram um espalhafato tão grande com esse assassinato que a bichinha de repente viu-se fanática por John Lennon. Mais ou menos assim como Mardoux que, quando era jovem, apaixonou-se por Jim Morrison quando viu o filme dos Doors com Val Kilmer. Pois a minha namorada comprou todos os discos de Lennon, e, oh, horror dos horrores, chegou a se corresponder com Yoko Ono! Ela me mostrou uma carta da japa bruxa, de papel mesmo de verdade, tudo bem que devia ser alguma coisa meio que padronizada pros fãs, mas estava lá. Lembrai-vos também que computador nesse tempo só tinha na NASA pra mandar gente pra Lua. Internet então, só ia chegar ao usuário brasileiro uns quinze anos depois. Mas ninguém me tira da cabeça que Chapman foi um hitman. Grande coisa, diz a minha leitora, torcendo o nariz, todo mundo sabe que ele era um Manchurian Candidate dos milicos xenófobos americanos. Não, menina, retifique o seu nariz, tou falando que ele foi contratado pela própria Yoko, daí ele ter poupado ela. Lennon estava lá no seu edificiozinho Dakota, feliz da vida no ostracismo, ninguém nem lembrava que ele existia e nem enchia o seu saco, tão facilmente inflável, pois como se sabe, ele era o Seu Lunga dos Beatles. E Yoko lá, só matutando, foi pra isso que eu me casei com ele, foi pra isso que acabei com os Beatles? Cadê os holofotes, cadê a mídia, cadê os milhões de dólares? Não tem mais nem uma guerrinha do Vietnã pra se protestar nua em cima da cama. Que tédio, que frustração, que homem sem iniciativa, sem ambição, não faz nem rock'n'roll mais, só faz essas musiquinhas românticas ridículas que ficam em último lugar nas paradas. Acho que vou dar uma agitada nisso aqui. E deu mesmo: molhou a mão de Mark e o doidão meteu bala. Depois do assassinato, o disco Double Fantasy foi pro topo das paradas, John, de chato de galochas, transformou-se subitamente num novo Elvis. E Yoko, claro, vestida de preto, ficou sendo a fiel depositária do espólio do mito, com a mídia eternamente ao seu dispor, recebendo toda a atenção que ela achava, e ainda acha, que merece, e cartas de fãs e neo-fãs do mundo inteiro. Inclusive do Brasil. Inclusive da minha namorada. Nobody deserves.

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

EHEHEHEHE Pior que isto só Simone cantando Então é Natal. Nobody deserves.

3:37 PM, dezembro 16, 2005  
Blogger Blogart said...

Aquilo ali acho que até ela fica deprimida quando ouve.

9:01 AM, dezembro 18, 2005  
Anonymous Anônimo said...

HAHAHAHHAHAHA
"Então é NAtal..."
Pois bem, eu, como legítima representante da década de 70 (eu nasci lá), e como proprietária do nome fantasia Mardoux (registrado) quero dizer que nunca achei Lennon chato, muito pelo cotnrário: quem tinha que morrer era o Paul! "No more lonely niiiights..."

Né não?
E fala aí que vc não canta junto com "Just like startin over"? Ahhhhhh...

11:59 PM, dezembro 18, 2005  
Blogger Blogart said...

Starting Over é legal, Woman também, Whatever Gets You Through The Night também, etc. John fez muita música legal sozinho, e Paul também, vide o disco Band on The Run. Não se trata do artista em si, mas da persona que ele projeta quando não está no palco. Mesmo sabendo que Paul é um marketeiro nato, o bom humor dele é bem mais palatável que o proselitismo politicamente correto de John, assessorado pela japa com cara de ferro de engomar. Mas explica-se: John veio da classe média inglesa, o único entre os quatro, e Paul veio da classe operária. John quer destruir o mundinho burguês no qual nasceu, e Paul quer ver se entra nele paparicando a burguesia. A felicidade depende de realizações de desejos da infância (Freud).

2:16 AM, dezembro 19, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Que teoria mais freudiana-marxista pra explicar o iê-iê-iê (ô coisinha difícil de digitar!) de John. O problema dele era a Japa, já disse. E no Japão as macumbas devem ser melhores.

8:41 AM, dezembro 19, 2005  
Blogger Blogart said...

iê-iê-iê! hahahahahaha! e num é que é chato de digitar mesmo? verdadeira acrobacia por cima do teclado!

9:48 AM, dezembro 19, 2005  
Blogger Rainman Raymond said...

iê-iê-iê

só testando :P

(por favor não falem mal de Paul? por favor?)

8:45 AM, dezembro 22, 2005  

Postar um comentário

<< Home