domingo, janeiro 7

STIRRED, NOT SHAKEN

He is tall,
and he is dark,
and like the shark
he looks for trouble
that's why the zero is double
Mr. Kiss Kiss Bang Bang!

Desta feita ele é igualmente tall, mas não é dark. Botaram um galego pra ser 007 em Casino Royale. Galego sem sobrancelha e com cara entalhada a golpes de machado, como um vilão de filme dos anos 60. Brabo que só um siri na lata, não tem muita conversa não, com ele o Bond voltou a ser kiss-kiss-bang-bang a la Sean Connery. Aliás, ele é bem mais truculento do que Connery, que assassinava com igual volúpia, mas tinha umas deixas muito mais irônicas. O galegão é mais pé-no-bucho-mão-na-cara. E não é nenhuma experiência alternativa não, parece que o tal do Daniel Craig veio pra ficar, pelo menos por uns bons três ou quatro filmes. A cabra já comeu o cartão de ponto de Pierce Brosnan, que ficou meio sem entender, inconsolável, coitadinho, foi demitido por telefone. Mas não é pra menos, eu também, se levasse um buraco de 40 milhões de dólares no orçamento, ficaria assim pra lá de chateado. Não há de ser nada, Pierce, Sean também saiu e depois voltou a ser o agente secreto mais fuderoso do planeta. Pior foi George Lazemby, que só fez o primeiro que deu origem à série (007 a Seviço de Sua Majestade) e depois sumiu no buraco negro do anonimato.

E eles fizeram questão de bagunçar a tradição de 007: não tem artefatos tecnológicos mirabolantes apresentados no início do filme, Bond não liga se o seu drink é stirred ou shaken, e não apenas fica despenteado depois das brigas como também todo arranhado. E o arquivilão não tem nenhuma explicação ou discurso na indefectível hora da tortura, vai direto ao ponto, e bota direto ao ponto nisso, numa sequência que ambiciona entrar para a antologia do cinema. Aliás, falar no início do filme, pelo menos mantiveram firme a tradição de fazer aberturas espetaculares, desta feita um primor de animação gráfica bi-dimensional com elementos de cartas de baralho. Vou ver de novo só pra ver a abertura. Mas acho que vou ficar mais um pouquinho, vale a pena ver de novo a perseguição de... carro? jet-ski? lancha? jatinho? Não: a pé! Expresso canelinha, mas que deixa o freguês na ponta da cadeira.

Mas que o cara tem cara de James Bond num tem não, hein? George Clooney, se fosse inglês, seria a escolha óbvia, cogitaram até Jude Law, mas aí resolveram radicalizar e chutar o balde logo de vez e botaram o vilão do outro lado do balcão. Mas a mulherada que foi comigo adorou, é meio feioso mas resolve as broncas, toooodas elas, o que deve garantir a próxima safra de Craig. Até lá a gente vai se acostumando com a cara de bandido de filme de caubói dele.

3 Comments:

Blogger Mandrey said...

depois dessa crítica, eu vou ver!

KMF, te cuida que agora é "só no migué"

9:03 AM, janeiro 08, 2007  
Blogger Blogart said...

Hahahahahahaha! Aquele é também meu ídolo!

2:46 AM, janeiro 09, 2007  
Anonymous Anônimo said...

Fui ver ontem, e achei bem chatinho (mas daí me lembrei que eu sempre achei os filmes de 007 chatinhos). A Abertura achei uma coisa meio misto de propaganda da coca-cola light com south park. Tosca, sem aquele toque sexy que sempre rola, ainda mais com uma musiquinha meia-boca que só. O galegão então nem se fala, brucutu inflado, me irritei com o bico do sujeito do início ao fim. Nem a bond girl salvou! A moça era bonita e tal, mas faltou um sex appeal forte ali. As cenas de ação salvam, mas sobretudo a trilha sonora (tirando a abertura), que pra mim é o mais legal dessa coisa toda de double ôu seven. Prefereria Jude Law.

8:59 AM, janeiro 15, 2007  

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