TROPICALIENTE
Sábado passado, não esse, o anterior, minha mãe foi assaltada às sete da noite quando estacionou o carro na frente do edifício do meu irmão. Um cara arrancou-lhe a bolsa e outro apontou-lhe um revólver e pediu a chave do carro. Ela arretou-se, chamou o cara de cabra safado e jogou a chave do carro longe. O cara do revólver foi buscar a chave, e quando voltou minha mãe ainda estava chamando ele de safado e gritando por socorro. Em vez de dar-lhe um tiro e matá-la ou deixá-la paraplégica, como manda o manual do assaltante em caso de reação, o cara do revólver limitou-se a dizer: "cala a boca, sua porra louca!" e a dar-lhe um soco no estômago, fazendo minha mãe cair de bunda no chão e perder os óculos. Se fosse um assaltante americano, inglês, alemão ou suíço, seguidor de regras, lá me ia agora ficar órfão de mãe também, que de pai já sou desde 1 ano de idade. Mas como era um indisciplinado e tolerante brasileiro, tudo que ela tem agora é uma dor no peito que só dói quando ela respira e uma dor na bunda que só dói quando ela senta. Viva o povo brasileiro!
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